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SÃO PAULO (Reuters) – A comerciante de grãos AgriBrasil vendeu um carga de 33 mil toneladas de milho brasileiro para o México, para embarque ao final do ano, o que mostra que os exportadores no Brasil, contando com uma safra recorde no país, prometem incomodar os norte-americanos em 2019.
“Vendemos um navio para o México, navio com 33 mil toneladas (de milho)”, disse à Reuters o presidente da AgriBrasil, Frederico Humberg, acrescentando que a venda é para embarque no final do ano.
Ele lembrou que o México tem se tornado um comprador habitual do cereal brasileiro, principalmente com os embarques sendo realizados pelos portos do Norte do país, mais próximos do México e com menores custos logísticos em relação aos dos Sul/Sudeste.
Segundo ele, outras companhias de commodities estão realizando vendas para o México, após uma semana em que houve preocupações com uma questão comercial entre os EUA e os mexicanos, que costumam comprar a maior parte das suas necessidades no país vizinho, o maior produtor e exportador global.
Nesta semana, uma carga de 35 mil toneladas de milho do Brasil, agendada para embarque em Santarém (PA) no final de semana, apareceu na programação de navios para exportação ao México. A afretadora da embarcação é a Louis Dreyfus, mas não foi possível confirmar se a trading é a vendedora.
Humberg avaliou como “rumores” vendas de 40 navios de milho do Brasil para o México, conforme postagem que circulou na rede social Twitter.
Em 2017 e 2018, quando o México estava em uma dura negociação com os EUA sobre o tratado do Nafta, os mexicanos recorreram ao milho brasileiro, comprando nos dois anos 800 mil toneladas. Em janeiro de 2019, o Brasil embarcou 33 mil toneladas ao país da América do Norte.
Segundo ele, é improvável que tantos negócios tenham sido feitos até este momento, em que muitos no mercado ainda aguardam para uma melhor definição sobre os problemas da safra dos EUA, com plantio atrasado em função das chuvas excessivas.
Após uma enxurrada de negócios de exportação recentemente, que incluíram até mesmo atípicas vendas de milho do Brasil para os EUA, a situação se acalmou com um recuo nos preços em Chicago e um real mais forte frente ao dólar, disse o presidente da AgriBrasil.
Nesta sexta-feira, a situação nos EUA-México deu sinais de se normalizar também, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que há “boa chance” de os EUA fecharem um acordo com o México, mas que se os dois países falharem uma tarifa de 5% será imposta sobre os produtos mexicanos na segunda-feira.
QUALIDADE DO MILHO
Falando a partir de Sorriso (MT), um dos principais municípios agrícolas do Brasil, onde AgriBrasil tem um escritório, Humberg disse que também recebeu interesse de comprador de milho dos EUA, mas não fechou negócio.
Segundo ele, agora os negócios deram uma travada em Mato Grosso, o principal produtor brasileiro do cereal, para que produtores possam formar lotes com melhor qualidade, após chuvas terem afetado o milho colhido inicialmente no Estado.
“Tem (percentual de grão) avariado muito alto, devido ao excesso de chuva que teve, vamos esperar que estabilize, vamos tentar padronizar”, disse ele, estimando que até o momento somente cerca de 10% do milho do Estado tenha sido colhido.
Segundo ele, o limite para negociar é com lotes de até 5 por cento de grãos avariados, mas a colheita inicial tem registrado até cerca de 30 por cento, em algumas áreas.
“Agora está um tempo bom, o milho está secando no pé, o pessoal vai tendo mais milho”, disse ele.
Reuters
Notícias Agrícolas – 07/06/2019