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Para analista, a peste suína na China mudou a dinâmica do grão no Brasil, que pode ser usado na produção de proteína para abastecer o país asiático
A saca de milho está valendo 10% menos do que no mês passado, em Campinas (SP). Comparada a maio de 2018, a diferença é ainda maior: 16,5%. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, com a tabela de frete em vigor, vai ter produtor pagando para vender. “O tabelamento gera prejuízo de US$ 3 bilhões. O setor não consegue absorver”, diz.
De acordo com o analista de mercado Felipe Novaes, as cotações só devem registrar altas daqui dois meses, como reflexo da peste suína africana na China. “Se por um lado deixamos de exportar o milho, por outro ganhamos na demanda doméstica. É quase como uma mudança de rota do grão. A gente pode exportar a proteína, é um mercado consumidor gigantesco. Não só para carne suína, mas de frango também. O complexo carne no Brasil tende a ser beneficiado”, explica.
No fim do ano, o cenário pode melhorar ainda mais já que a produção dos Estados Unidos não deve ser grande como de costume. “Além dos estoques elevados da última safra, o fim do inverno por lá deixou uma série de dificuldades, como umidade e janela muito curta. Isso complicou muito para o plantio, o risco inerente a essa cultura só aumenta. A queda que já estava contabilizada e tende a ser maior”, diz.
Pablo Valler
Canal Rural – 13/05/2019