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Os preços internos dependem muito das exportações brasileiras de milho neste momento
As cotações do milho em Chicago voltaram a recuar durante esta semana, fechando o dia 25/04 (quinta-feira) em US$ 3,47/bushel, contra US$ 3,58 uma semana antes.
Na prática, o mercado não encontra suporte para altas de preços. As exportações estadunidenses do cereal continuam baixas, tendo atingido a 947.600 toneladas na semana anterior, enquanto o plantio, atrasado, ainda não está causando reações.
De fato, até o dia 21/04 o referido plantio nos EUA chegava a 6% da área de milho projetada, contra 12% na média histórica. Neste contexto, o clima no Meio Oeste estadunidense continua sendo um elemento chave. Alguns modelos meteorológicos apontam melhoria sensível do mesmo em favor de uma recuperação do plantio, enquanto outros indicam a continuidade de chuvas importantes até o final de abril, o que manteria o atraso na semeadura do cereal.
Enfim, o mercado continua acompanhando o desenrolar das reuniões entre EUA e China visando encerrar o litígio comercial entre os dois países, o qual se iniciou ainda em março de 2018. Uma nova reunião entre delegações destes países está prevista para o dia 30/04.
Na Argentina, a tonelada Fob de milho fechou a semana em US$ 151,00, enquanto no Paraguai a mesma ficou em US$ 112,50.
Aqui no Brasil, os preços estabilizaram, porém, o viés de novas baixas se mantém. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 31,21/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 33,50 e R$ 35,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 24,00 em Sorriso e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 35,00/saco em Itanhandu (MG) e também em Videira (SC).
Os preços internos dependem muito das exportações brasileiras de milho neste momento. E, por enquanto, as mesmas continuam muito fracas, embora pontualmente o câmbio tenha sido mais favorável no final da semana.
Os preços nos portos oscilam entre R$ 34,50 e R$ 35,00/saco para o auge da colheita da safrinha, R$ 36,00 para junho e R$ 37,00 no disponível. Assim, há poucos interessados em embarques antes de julho próximo.
Dito isso, o Brasil exportou, nos primeiros 14 dias úteis de abril, um total de apenas 335.100 toneladas. Para que os preços voltem a subir, o Brasil precisa exportar ao redor de 30 milhões de toneladas neste ano, algo que ainda não parece factível, porém, não impossível.
Por outro lado, caso o plantio nos EUA se normalize e o Real volte a se valorizar, as exportações ficam ainda menos interessantes, forçando uma manutenção de estoques elevados diante de uma safrinha que está cada vez mais próxima e vem cheia. Neste contexto, apenas a melhoria da demanda interna poderá forçar uma reação dos preços locais do milho no momento.
Assim, o viés de preços para o milho continua sendo de baixa para os próximos meses, salvo se ocorrer problemas climáticos com a safrinha, pois há estoques importantes em mãos dos principais consumidores do país.
Enfim, a colheita do milho de verão, no Centro-Sul brasileiro, atingia a 73% da área total em 18/04, contra 80% na mesma data do ano anterior. O Rio Grande do Sul teria colhido 88% de sua área, contra 96% no ano passado.
AGROLINK – 29/04/2019