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O presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli, destaca que o atual cenário político do Brasil configura uma situação de “perplexidade”. “O Brasil tem uma tarefa de fazer uma limpeza. Não podemos conviver com gestores, políticos e empresários que não fazem a coisa certa”, diz. Paolinelli diz que está muito preocupado com o andamento deste cenário, tendo em vista que o Brasil teve uma safra “excepcional” de milho neste ano e que precisa aumentar esta safra para o próximo ano em função de um mercado altamente demandado. Para isso, o país precisaria produzir produtos de qualidade com preços competitivos, mas o atual cenário é um complicador. “Em um burburinho desses, não há mercado que espelhe a realidade”, destaca.
Ele lembra que a tecnologia tropical é mais eficiente e competitiva do que a das agriculturas temperadas e que o Brasil se coloca hoje, diante do mundo, com uma grande esperança para o setor produtivo, mas que “não há como analisar o mercado dentro de uma tempestade dessas”, já que os caminhos das moedas e a confiança dos países demandadores ainda são variáveis incertas. A crise política, assim, já chegou ao agronegócio, uma vez que a maior empresa de pecuária de corte no Brasil, além de ser grande compradora de insumos, está envolvida no cenário duvidoso que se instala. E existem muitas dúvidas em relação à sua capacidade econômica de negociar com os produtores a partir de agora.
Paolinelli destaca que a JBS está no “olho do furacão”, mas que outras empresas também irão sofrer com essa movimentação. Para ele, os produtores devem ter calma nesta hora e não sair fazendo negócios que não são firmes. No mercado do milho, os preços internacionais não caíram e, no mercado interno, observa-se apenas os concorrentes vendendo com firmeza, enquanto a situação brasileira está bastante instável. Ele lembra que a economia e a capacidade do setor rural estabilizou o Plano Real, mas que, agora, a situação passa para uma “onda de descrença” no Brasil. “É fundamental para que as coisas se estabilizem para a gente comercializar essa safra que está aí”, salienta.
A safra de milho, deste ano, deve ser maior do que 92 milhões de toneladas. Para ele, era hora de os produtores estarem preocupados e pedindo para que o Governo acionasse políticas de comercialização e de exportação. Ele destaca que outros países estão querendo comprar o milho brasileiro e que o país tem esse produto para exportar. Ele lembra das possíveis exportações para o México, que encontram no Mato Grosso preços ideais para realizar este movimento, mas que ainda não são compras efetivas e que necessitam de uma atenção por parte dos produtores quanto à confiança dessa transação. Quanto aos outros mercados, eles também precisam ser concretizados de forma firme para evitar surpresas, como aponta Paolinelli.
Para enxugar o mercado, o ideal seria que o Brasil escoasse 40 milhões de toneladas. Paolinelli lembra que a primeira safra não foi tão grande assim e que o milho, de fato, vai chegar a partir de junho e julho, o que necessitará de um alerta para que esta safra seja escoada rápido – para evitar problemas de armazenagem e logística. Entretanto, para ele, isso não significa vender a qualquer preço: ele espera que, ao menos, o Governo garanta o preço mínimo para essa comercialização.
Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas