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Expectativa de safra maior pressiona preços do milho em Goiás
De forma geral, as plantações beneficiadas pelos bons volumes de água acumulados até o final de março em nada lembram a secura ocorrida no ano passado, quando a estiagem provocou a quebra de quase 50% da safra de inverno do cereal, reduzindo a produção goiana a 4,508 milhões de toneladas. Mas à medida que as lavouras da safrinha 2016/17 em Goiás se desenvolvem, confirmando até o momento a expectativa de uma colheita de 7,72 milhões de toneladas, o preço do cereal vai recuando.
A queda acumulada este ano no mercado disponível já chega a 30%, de acordo com o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Cristiano Palavro. Conforme levantamento da Faeg, a cotação da saca de 60 quilos recuou de R$ 30,00, em janeiro, para uma média estadual de R$ 23,00, variando de R$ 21,00, nas áreas tradicionais de cultivo, como o Sudoeste goiano, a R$ 25,00, na região do Entorno do Distrito Federal e Norte do Estado, por exemplo.
“O produtor não fica incentivado a travar o milho porque os preços nesses patamares não são remuneradores”, afirma Palavro, citando que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produtividade da safrinha em 105 sacas por hectare. Considerando os desembolsos com os insumos produtivos, o gasto para se produzir um hectare de milho no Estado está girando entre R$ 1.800,00 a R$ 2.000,00 – e se incluir os custos da terra e a depreciação dos bens de produção, como máquinas e equipamentos, a conta sobre para R$ 2.500,00.
Diante desse cenário, o produtor aguarda mudanças que podem gerar boas oportunidades de venda, como o início da safra norte-americana e o final do período chuvoso no Centro-Oeste, que tendem a acentuar a volatilidade do mercado nas próximas semanas.
Preços mínimos
Recentemente o Ministério da Agricultura anunciou a liberação de R$ 800 milhões para apoiar a comercialização de milho no Brasil. Segundo o secretário de Política Agrícola da pasta, Neri Geller, R$ 500 milhões serão destinados ao Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e ao Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) no Centro-Oeste e outros R$ 300 milhões para contratos de opção.
Essas medidas devem beneficiar parte da produção goiana de milho, porém, ressalva Palavro, só poderão ser efetivadas a partir do momento em que o preço do milho disponível cair abaixo do mínimo – por enquanto apenas o preço futuro para entrega após a colheita da safrinha está menor que o valor mínimo estabelecido pelo governo. “Esses procedimentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) são importantes para garantir o fluxo de escoamento da safra brasileira de milho, impulsionando um maior dinamismo no mercado e a recuperação dos preços internos”, afirma o consultor da Faeg.
Fonte: Faeng