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A redução nos estoques de milho na China deverá aumentar a
necessidade de importações do país nos próximos três anos. Segundo
análise do banco holandês Rabobank, o consumo no gigante asiático
deve chegar próximo de 300 milhões de toneladas do cereal na temporada
2021/22. Para fazer frente a essa demanda, os chineses terão de
triplicar suas importações, conforme o banco.
Nesse cenário, grandes produtores do cereal, como é o caso do Brasil,
poderão se beneficiar da demanda extra vinda de Pequim. “A demanda
maior que a oferta no país duraria por múltiplos anos, a menos que o
governo mude suas políticas de importações”, indicou o Rabobank, em
estudo assinado por Lief Chiang.
Segundo as últimas estimativas do USDA, de dezembro, os estoques de
milho na China ao final da atual safra (2018/19) totalizarão 207.5
milhões, redução de 6,7% em relação as 222.5 milhões de toneladas
da temporada anterior. Segundo o Rabobank, esse volume cairá
rapidamente a níveis críticos.
Mesmo com um provável aumento de área destinada ao milho no país,
apontou o estudo, será necessário ampliar as importações. Até o
ciclo 2021/22, a produção na China deverá crescer cerca de 10% por
safra e chegar aos mesmos níveis de 2015, quando a colheita alcançou o
pico de 265 milhões de toneladas. “Ainda assim, a China necessitará
importar 40 milhões de toneladas de grãos para ração, sendo 15
milhões de milho e 25 [milhões] de grãos alternativos”, estima o
banco holandês.
Para a atual temporada, o USDA estima que 5 milhões de toneladas de
milho serão importadas pela China. Esse volume é 44% superior às
importações da última safra (2017/18), estimadas em 3.4 milhões de
toneladas.
Além disso, as reservas estatais do país caíram bastante, de 236
milhões de toneladas em 2015/16 para 89 milhões de toneladas em
2017/18. “Isso é consequência de uma política de vendas e nenhuma
aquisição”, ressaltou o Rabobank.
Em 2016, a China mudou a política de estocagem de milho. Naquele
momento, o gigante asiático tinha estoques suficientes para mais de um
ano de consumo.
Pequim aplicava a política de comprar milho a preços até 50%
superiores aos praticados no mercado. Agora, apontou o Rabobank, o país
asiático terá de voltar a buscar milho em outros mercados.
Segundo o Rabobank, nos próximos dois anos Pequim deverá repensar as
políticas de aquisição de milho. “Sem aumentar a oferta de forma
rápida e eficaz, a China correrá o risco de ter um esgotamento do
estoque de milho”, apontou o banco holandês. Essa avaliação já
considera a desaceleração do ritmo de crescimento da demanda.
Segundo dados analisados pelo Rabobank, a taxa de crescimento anual
composta (CAGR) da indústria de milho na China deve desacelerar para 5%
até 2021/22. Nos últimos cinco anos, essa taxa foi de 8,5%. A taxa de
crescimento de uso de milho para ração também deve desacelerar, para
3%. Nos últimos cinco anos, esse indicador foi de 6% ao ano. Mesmo com
o ritmo mais fraco, o consumo doméstico na China pode chegar a 291
milhões de toneladas, enquanto a produção alcançaria 268 milhões de
toneladas, projetou o banco.
“Qualquer quebra de safra em decorrência de problemas climáticos
causaria sérios problemas aos participantes do mercado”, advertiu o
analista do Rabobank.
VALOR – 14/01/2019