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Com a queda de braços entre compradores e vendedores, os preços do
milho no mercado interno brasileiro voltaram a ceder em setembro.
Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em
Cascavel (PR), a saca do cereal recuou 7,69%, no acumulado do mês,
entre os dias 3 a 25, caindo de R$ 32,50 para R$ 30,00.
Na região de Sorriso (MT), a queda foi de 4,17%, no mesmo período, com
a saca negociada a R$ 23,00. Já em Rio Verde (GO), a queda foi de
6,25%, com a saca cotada a R$ 30,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), o
preço oscila em torno de R$ 29,00, com queda de 6,45%. Em Campinas
(SP), a queda foi de 6,36%, com a saca cotada a R$ 39,89.
Segundo o consultor Vlamir Brandalizze, os produtores seguem com o milho
armazenado e, por outro lado, as indústrias aguardam por uma maior
disponibilidade do produto no mercado interno devido ao ritmo mais lento
dos embarques até esse momento. “O resultado desse cenário é a
lentidão nos negócios que tem se arrastado”, disse.
A Scot Consultoria ainda reforça que a finalização da colheita da
segunda safra também ajuda a pressionar as cotações. Nesta temporada,
os produtores brasileiros colheram cerca de 54.5 milhões de toneladas
de milho, uma queda de 19% em relação ao volume colhido no ano
anterior, de 67.3 milhões de toneladas, segundo dados da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento).
Enquanto isso, as exportações brasileiras de milho começam aos poucos
a ganhar ritmo. Diante dos grandes embarques de soja no país, em
consequência da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, a
perspectiva é que haja um deslocamento da janela de exportação de
milho, na visão do analista de grãos da Rabobank, Victor Ikeda.
“Apesar de termos uma quebra na safrinha, de certa forma, os preços
têm acompanhado a paridade de exportação. E apesar de volumes ainda
menores do que os observados no ano passado podemos terminar esse
trimestre com uma quantia robusta embarcada, chegando a 27 milhões de
toneladas de milho”, disse o especialista.
No acumulado até a terceira semana do mês de setembro, o Brasil
exportou 2.6 milhões de toneladas de milho. Em setembro de 2017, os
produtores exportaram mais de 5.9 milhões de toneladas, segundo os
dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
(MDIC).
A expectativa é que sejam embarcadas 25.5 milhões de toneladas neste
ciclo, contra o recorde registrado em 2017, de 30.84 milhões de
toneladas exportadas.
“Para atingir a estimativa de 25.50 milhões de toneladas a exportação
deverá ser em média, de 3.93 milhões de toneladas por mês de
setembro a dezembro. Para uma comparação, neste mesmo período de 2017
a média embarcada por mês foi de 4.61 milhões de toneladas do
cereal”, informou a Scot Consultoria.
Contudo, a perspectiva ainda é favorável, já que a recente
valorização cambial e a boa disponibilidade interna de milho deverão
contribuir para os embarques. “As exportações deverão seguir em bons
volumes nos próximos meses, mas abaixo dos patamares de 2017”, pondera
a consultoria.
O analista da Rabobank ainda reforça que a menor demanda doméstica
pelo cereal, devido aos problemas enfrentados pelo setor de proteína
animal, também pode abrir espaço para as exportações. “Temos também
uma quebra na produção de trigo na Europa, e como os dois produtos
são substitutos na produção de ração animal, poderemos ter mais
espaço para o grão brasileiro no mercado internacional”, disse Ikeda.
Com esse quadro, o analista alerta que os preços devem se manter
estáveis nesse final de ano e que os agricultores devem estar atentos
aos custos de estocagem desse produto. “E definir se deverá carregar ou
não esse milho por mais alguns meses, é preciso focar na margem”,
disse.
Outro fator que também permanece no radar os participantes do mercado
é tabelamento dos fretes. “Há uma perspectiva de que após as
eleições presidenciais o tabelamento seja derrubado, cenário que, se
confirmado, deverá impulsionar a comercialização da safrinha e
também da safra nova. Ainda temos cerca de 20 milhões de toneladas de
milho da segunda safra que precisam ser negociadas”, disse Brandalizze.
NOTÍCIAS AGRÍCOLAS – 26/09/2018