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Atitude dos vendedores de reter o produto pode ser um “tiro no pé”
Os preços do milho tanto no mercado físico, quanto no mercado futuro da B3, continuam em queda continuada. De acordo com o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Fernando Pacheco, isso ocorre em função de dois motivos.
O primeiro é que no mercado interno, explica o especialista de mercado, pois “acerca-se o momento de os vendedores atenderem alguns compromissos financeiros anuais e, em consequência, se desfazem de alguns lotes, a preços oferecidos pelos compradores”.
O segundo, acrescenta Pacheco, tem a ver com a exportação, pois as últimas altas dos fretes, fruto da “desastrada tabela oficial, agora com fiscais por todos os cantos, anulam parcialmente as elevações provocadas pela alta do dólar. O tabelamento indefinido dos fretes também travam os negócios de safra nova, porque ninguém tem uma posição CIF para a próxima temporada, uma vez que os fretes não estão definidos por mais de um/dois meses”.
FUNDAMENTOS
As análises da T&F Consultoria Agroeconômica tem repetido, nas últimas semanas, que a atitude dos vendedores de reter o produto é um “tiro no pé”, porque estão acumulando produto sem consumir e isto foi confirmado pelo relatório da Conab divulgado nesta terça-feira. A Conab elevou os estoques finais de milho de 10.083,0 mil toneladas (no relatório de agosto) para 13.858,4 mil toneladas, um aumento de 37,44%.
“É certo que nem tudo se refere ao mercado interno, que deve ter um aumento estimado em 2,5 milhões de toneladas. Muito se refere à redução das exportações em 5,3 MT. Mas, ao reterem o produto, tentando forçar aumento de preços, os vendedores acumulam produto, atitude que, a médio e longo prazos, deve fazer o mercado reverter”, explica Pacheco.
“Contudo, de posse desta informação (aumento dos estoques finais) os compradores deveriam ficar menos preocupados e mais confiantes de que poderão obter preços menores e mais adequados ao seu custo, num curto espaço de tempo”, conclui.
AGROLINK – 12/09/2018