Preços do milho seguem sustentados por demanda interna aquecida no Brasil
Segundo a análise do especialista da Grão Direto desta segunda-feira, 28, na última semana, as exportações de milho aumentaram 62%, em relação à semana anterior, superando 3,6 milhões de toneladas. O México tem sido o principal destino do cereal, com 1,7 milhões de toneladas. De acordo com a Secex, o volume exportado em outubro alcançou 3,9 milhões de toneladas. Esse número representa 46% do mesmo período do ano passado. Isso acontece, principalmente, por ter origens mais competitivas no mercado.
Nas últimas semanas, o milho tem registrado uma forte demanda nos Estados Unidos, com preços mais competitivos do que os de outros países, em especial o Brasil. A redução no volume exportado pelo Brasil, em comparação ao ano passado, fortaleceu a competitividade norte-americana. Nesse contexto, o México se destaca como o principal comprador do milho dos EUA, representando cerca de 42% das vendas para a safra 2024/25. Além do México, o Japão também tem aumentado suas importações, atingindo o maior volume em quatro anos, conforme apontou a análise.
De acordo com o Grão Direto, por outro lado, as exportações brasileiras de milho seguem em ritmo lento, refletindo um cenário de menor competitividade. Apesar disso, o consumo interno no Brasil está aquecido e em crescimento nas últimas semanas. Essa demanda interna tem sustentado e até impulsionado os preços do milho, que estão sendo negociados acima da paridade de exportação. Entre os principais fatores dessa valorização, destacam-se a alta no preço da arroba do boi e o aumento da demanda pelo grão para a produção de etanol.
Enquanto isso, na Argentina, a Bolsa de Cereales informou que o plantio de milho já cobriu cerca de 24% da área projetada, um ritmo mais acelerado do que o ano passado e alinhado à média dos últimos cinco anos. Os produtores estão atentos à ameaça da cigarrinha, praga que causou grandes prejuízos na safra anterior. Para mitigar riscos, têm optado por um plantio mais antecipado. Caso haja atrasos no plantio, pode haver redução na área destinada ao milho, o que afetaria a oferta global do cereal, segundo informações da análise do especialista.
No mercado futuro, de acordo com o Grão Direto, o milho cotado na Bolsa de Chicago (contrato Z – Dezembro) se mantém acima de US$ 4,10 por bushel, criando expectativas de alta. Regiões que podem impactar o andamento dos preços:
Considerando um cenário de alta: US$4.24, US$ 4.28 e US$4.34 são regiões que o grão pode sentir dificuldades de rompimento para manter um movimento de alta.
Cenário de baixa: Caso o milho cotado em Chicago venha perder a região dos US$4.10, a região dos US$4.03, US$3.97 e US$3.90 são regiões que podem segurar a queda inicial do grão.
Com isso, a semana poderá trazer correções nas cotações da BM&F, especialmente com uma possível oscilação do dólar. No entanto, o mercado físico ainda apresenta pressão compradora em algumas regiões.
Seane Lennon
Agrolink – 29/10/2024