O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) e presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Milho e Sorgo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Enori Barbieri, conduziu na primeira semana de outubro, a 49ª reunião da Câmara Setorial para tratar da sincronia de liberação de sementes biotecnológicas no mercado internacional. Embora o Brasil já tenha a biotecnologia aprovada, ainda enfrenta desafios com mercados importantes, como a China.
De acordo com Barbieri, o atual cenário representa uma insegurança para os produtores brasileiros. “Os produtores plantam sem a garantia de que a semente está liberada nos países onde vendemos boa parte da produção. Estamos em diálogo com a China para liberar esses produtos, o que traria mais tranquilidade aos nossos agricultores”, explicou Barbieri.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) também esteve presente no encontro, apresentando um relatório detalhado sobre a safra brasileira de milho e uma análise das condições de mercado. De acordo com Barbieri, a participação da Conab é necessária para fornecer uma visão mais ampla do mercado e auxiliar nas negociações. “As previsões trazem um aumento de produção, no entanto, ainda é cedo para termos certeza de qual será o volume produzido e os produtores ainda enfrentam dificuldade em fechar as contas. O custo está alto e o preço baixo”, destacou.
Conforme os dados apresentados pela Conab, a produção de milho no Brasil deve alcançar cerca de 120 milhões de toneladas, das quais aproximadamente 85 milhões serão destinadas ao consumo interno. Para Daniel Rosa, diretor técnico da Abramilho, esses números evidenciam a capacidade do Brasil de atender à demanda doméstica e de se manter como um dos maiores exportadores do mundo. “Manter nossa posição de liderança no mercado global é essencial, e isso só é possível com o uso de biotecnologia e outras práticas avançadas. Por isso, a Abramilho está sempre na linha de frente, trabalhando para esclarecer dúvidas de países que ainda não têm informações suficientes sobre o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs)”, afirmou Rosa.
Outro tema discutido na reunião foi o desenvolvimento de novas sementes adaptadas às diferentes regiões do país. Rosa ressaltou a importância de o Brasil investir em pesquisas que atendam às demandas regionais, o que pode gerar um aumento significativo na produtividade. “Sendo um país continental, enfrentamos climas bem variados entre os estados produtores. É fundamental desenvolver sementes de qualidade que atendam às necessidades de cada região, garantindo mais produtividade e agregando mais valor ao nosso agro”.
Os temas discutidos na reunião serão encaminhados ao ministro da Agricultura. Barbieri reforçou a importância do apoio governamental nesse processo. “Parte fundamental do trabalho da Abramilho e da Câmara Setorial é buscar o suporte do Ministério da Agricultura nas negociações internacionais e contar com o apoio da Pasta para nos manter competitivos”, concluiu.