Excedente é visto no mercado internacional
De acordo com Enilson Nogueira, economista da Céleres Consultoria, o mercado de milho enfrenta um ajuste após os altos preços históricos das últimas três safras. Com a safra 2023/24 em andamento, os produtores estão lidando com quedas significativas nos preços, uma realidade que deve persistir. Agricultores já estão se preparando para a safra 2024/25, com plantios de milho verão iniciando nas regiões do Rio Grande do Sul e Paraná. No entanto, este novo ciclo começa com margens mais apertadas, criando um cenário desafiador para a formação de preços.
Nogueira destaca fatores que impactam essa nova realidade. No cenário internacional, um excedente considerável de milho, aliado ao bom desempenho da produção em países como os Estados Unidos e Ucrânia, pressiona os preços. O Brasil também está colhendo uma safra robusta, estimada em mais de 100 milhões de toneladas, o que contribui para estoques excessivos. Assim, espera-se uma “ressaca” de preços baixos em 2024. Entre os gatilhos que podem mudar esse cenário, estão a desvalorização do real, a possível diminuição da área plantada nos EUA e a influência de um La Niña de baixa intensidade, que pode limitar os efeitos negativos sobre a produtividade.
Diante desse cenário, Nogueira enfatiza a necessidade de eficiência na gestão das propriedades. Em um ambiente de margens baixas, os produtores devem investir em tecnologia e não simplesmente cortar custos. A escolha estratégica de insumos e a venda planejada da produção são cruciais. Produtores que mantêm controle rigoroso sobre dados e seguem parâmetros administrativos e financeiros tendem a tomar decisões mais acertadas. Portanto, em um contexto desafiador, é fundamental que os agricultores se adaptem e implementem estratégias de longo prazo para prosperar.
Leonardo Gottems
Agrolink – 23/09/2024