Viés de alta ainda é lento
Os preços do milho no Brasil se estabilizaram, mas mantêm um viés de alta, ainda que de forma lenta. De acordo com a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), a média no Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 58,40 por saco, enquanto as principais praças do país mantiveram o preço em R$ 55,00. Nas demais regiões, os valores oscilaram entre R$ 40,00 e R$ 59,00 por saco, enquanto no porto de Santos (SP), o valor CIF já atingiu R$ 66,00 neste início de setembro.
A recuperação dos preços é atribuída, entre outros fatores, à postura cautelosa dos produtores, que estão adiando a venda de sua produção na expectativa de uma maior valorização nos portos, em especial para exportação. Muitos elevam os preços pedidos em novos negócios, enquanto outros optam por comercializar apenas lotes direcionados ao mercado externo. Do lado da demanda, alguns consumidores já relatam dificuldades em realizar novas aquisições, embora os estoques internos do cereal ainda sejam considerados elevados, segundo dados do CEEMA.
Apesar de uma safra final menor em 2023/24, as previsões para a próxima safra de verão trazem otimismo. A consultoria Céleres projeta uma redução de 2,5% na área semeada, totalizando 4,3 milhões de hectares. No entanto, com condições climáticas normais, a produção poderá alcançar 27,1 milhões de toneladas, um crescimento de 4% em relação à safra anterior.
Com a colheita das três safras de milho anuais, a produção total do cereal no próximo ano comercial poderá chegar a 134,1 milhões de toneladas, um aumento de 5 milhões de toneladas em comparação ao ano anterior. O plantio da safra de verão já atingiu 8% da área esperada no Centro-Sul do país, um ritmo mais lento que o do ano anterior, quando 13% já estavam plantados na mesma época.
Aline Merladete
Agrolink – 06/09/2024