Não há fatores positivos a curto prazo no mercado de milho
redução de 28% nas exportações brasileiras pressiona os preços domésticos
A TF Agroeconômica recomenda fazer o planejamento financeiro e comercial da próxima lavoura de milho antes de comprar o primeiro quilo de adubo ou semente para plantar. Com o milho subindo em Chicago e caindo no Brasil, eventualmente pode-se ganhar alguma coisa fazendo cobertura no mercado futuro americano.
Não há fatores positivos a curto prazo no mercado de milho. Os excessos de produção no Brasil, EUA e Argentina pressionam os preços internacionais. A redução de 28% nas exportações brasileiras pressiona os preços domésticos, assim como a iminência da colheita, tirando todas as chances de alta. Somente um grande fator climático negativo sobre a safra americana poderá alterar o quadro atual. A diferença entre o preço de fechamento desta sexta-feira (R$ 56,04) e o custo real total de produção, calculado pelo Deral-PR (R$ 73,60), é de R$ 17,56/saca. Esta diferença de 23,86% significa que as cotações da Bolsa precisariam de cinco limites de alta de 5% cada (algo muito difícil de acontecer) para igualar o preço de mercado ao custo de produção.
Um relatório semanal negativo sobre as exportações dos EUA limita a melhoria, dado que o USDA reportou hoje vendas de milho 2023/2024 para 357,2 mil toneladas, abaixo das 542,2 mil toneladas do relatório anterior e do intervalo previsto pelas empresas privadas, que era de 500 mil a 900 mil toneladas. O maior volume foi concedido para destinos desconhecidos, com 138,4 mil toneladas. Melhores foram os dados do negócio 2024/2025, que pesaram 311,5 mil toneladas, ante 139,3 mil toneladas na semana passada. Importações de milho da China recuaram de 23 milhões de toneladas no ano passado para 20 milhões de toneladas, segundo informações do Adido Agrícola dos EUA no país.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 08/07/2024