O novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chega nesta sexta-feira, 8 de março, às 14h (horário de Brasília) e, apesar de o reporte de março ser, geralmente, mais morno e sem trazer grandes novidades, a ansiedade dos traders pelos números atualizados é típica. Nesta quinta-feira (7), os futuros da soja, do milho e do trigo encontraram espaço para registrar novos e bons ganhos, com os mercados se ajustando antes do boletim e corrigindo parte das últimas perdas.
Neste relatório, as expectativas maiores ainda se dão sobre os dados das safras da América do Sul, com as lavouras de soja ainda se concluindo em partes do Brasil e na Argentina e com a segunda safra de milho do Brasil – hoje a principal – em pleno plantio e desenvolvimento. As condições climáticas em ambos os países são monitoradas de perto pelos traders e também permanecem no radar para o direcionamento das cotações.
PRODUÇÃO DA AMÉRICA DO SUL
“Os analistas esperam cortes de moderados a profundos nas safras do Brasil devido às adversidades climáticas em regiões-chave de produção”, afirma Karen Braun, analista internacional de commodities agrícolas. “Já para a Argentina não são esperadas mudanças muito intensas, mas ainda assim se esperam números mais elevados para este ano”.
Soja – Para a produção de soja do Brasil as expectativas variam de 148 a 156 milhões de toneladas, com média de 152,28 milhões. Em fevereiro, o número do USDA foi de 156 milhões. Para a Argentina, as projeções variam de 50 a 52 milhões de toneladas, com média de 50,23 milhões e frente as 50 milhões do boletim anterior.
Milho – A média esperada para a safra de milho do Brasil é de 121,95 milhões de toneladas, em números que variam de 118 a 125 milhões de toneladas. Há um mês, o USDA estimou a produção brasileira em 124 milhões de toneladas. No caso argentino, a média esperada para a colheita do cereal é de 55 milhões de toneladas, em um intervalo de 54 a 57 milhões. Confirmada a média, o número ficaria inalterado em relação ao anterior.
ESTOQUES FINAIS DOS EUA
“Os estoques finais norte-americanos de grãos não deverão mudar muito em relação ao mês anterior. A demanda está em foco, em especial as exportações. A estimativa do USDA já está baixa para as exportações de soja, porém, as vendas terríveis das últimas semanas sinalizam que o número final do USDA ainda poderia ser muito elevado”, afirma Karen Braun.
Soja – O intervalo das expectativas do mercado para os estoques finais de soja dos EUA é de 8,03 a 9,53 milhões de toneladas, com média de 8,68 milhões. Em fevereiro, este número veio em 8,57 milhões de toneladas.
Milho – Sobre o milho, o mercado espera algo entre 52,71 e 57,15 milhões de toneladas e a média é de 54,84 milhões. Há um mês, o USDA estimou os estoques finais de milho dos EUA em 55,17 milhões de toneladas.
Trigo – Os estoques finais de trigo poderão ficar entre 18,56 e 17,64 milhões de toneladas, com média de 17,88 milhões e frente ao número do mês anterior de 17,91 milhões de toneladas.
ESTOQUES FINAIS MUNDIAIS
Soja – Para os estoques finais mundiais de soja, o mercado espera algo entre 111 e 118 milhõe de toneladas, com média de 114,27 milhões. No reporte anterior, os estoques vieram em 116,03 milhões.
Milho – O intervalo com o qual trabalha o mercado para os estoques finais de milho é de 317 a 322,06 milhões de toneladas, com a média em 320,39 milhões de toneladas, média ligeiramente menor do que o número do mês passado de 322,06 milhões.
Trigo – No caso do trigo, as projeções variam de 257 a 260,21 milhões de toneladas, com média de 259,12 milhões de toneladas. Há um mês, o departamento estimou 259,44 milhões de toneladas.
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Notícias Agrícolas – 07/03/2024