Levantamento se estendeu às culturas de algodão, cana-de-açúcar e milho safrinha, além de focar soja e café
Cinco culturas-âncoras do agronegócio impulsionaram um movimento de mais de R$ 140 bilhões em produtos para nutrição de plantas durante a safra 2022/2023.
De acordo com o levantamento FarmkTrak, realizado pela Kynetec Brasil, cinco culturas-âncoras do agronegócio impulsionaram um movimento de mais de R$ 140 bilhões em produtos para nutrição de plantas durante a safra 2022/2023. A pesquisa, que antes se concentrava principalmente na cafeicultura e na sojicultura, agora inclui cultivos de algodão, cana-de-açúcar e milho safrinha. Segundo a Kynetec, essas tecnologias representaram 34% da movimentação do mercado de insumos, totalizando cerca de R$ 416 bilhões, incluindo defensivos e sementes.
Raquel Ribeiro, especialista em pesquisas da Kynetec, destacou que a soja liderou as vendas no setor de nutrição, representando 58% do total, equivalente a R$ 81 bilhões. O milho safrinha ficou em segundo lugar, absorvendo 18% ou R$ 25 bilhões. Cana-de-açúcar, café e algodão registraram transações de R$ 18 bilhões (13%), R$ 9 bilhões (7%) e R$ 5 bilhões (4%), respectivamente.
No segmento de produtos, a adubação de base/cobertura se destacou como a mais relevante do FarmTrak Nutrição, abarcando 84% do mercado, o que representa R$ 117 bilhões. Raquel ressaltou que essa prática concentra a principal fonte de nutrientes dos cultivos. “Os volumes utilizados nesta operação são bastante elevados, embora o resultado também esteja relacionado à dependência do Brasil quanto a fertilizantes importados, atrelados a flutuações de preços e taxas de câmbio”, explica.
O subsegmento de corretivos ficou em segundo lugar, com 8% ou R$ 11 bilhões, seguido pela adubação foliar, representando 4% ou R$ 5 bilhões. Os bioestimulantes, soluções que visam melhorar o desenvolvimento dos cultivos, se destacaram na safra 2022/2023, totalizando R$ 1,8 bilhão em vendas. Destes, 63% foram destinados à soja, seguida por cana-de-açúcar, milho safrinha, café e algodão. A especialista destacou que, na soja, pelo menos 41% da área recebeu tratamentos com bioestimulantes.
Conforme Raquel Ribeiro, os bioestimulantes, “soluções que permitem melhor desenvolvimento dos cultivos”, têm se destacado, safra após safra, no mercado de nutrição de plantas. No ciclo 2022-23, ela informa, 63% (R$ 1,1 bilhão) dos produtos do gênero vendidos no país se destinaram à soja, acompanhada por cana-de-açúcar, 16% (R$ 285 milhões), milho safrinha, 12% (R$ 218 milhões), café, 6% (R$ 107 milhões) e algodão, 3% (R$ 60 milhões). “Na soja, principal cultura, pelo menos 41% da área receberam tratamentos com bioestimulantes.”
Em outras culturas como milho safrinha, café, cana-de-açúcar e algodão, os bioestimulantes também ganharam relevância, sendo utilizados para elevar a qualidade da germinação e do metabolismo das plantas, melhorar a absorção e a eficiência de nutrientes, além de mitigar entraves climáticos.
Seane Lennon
AGROLINK – 22/02/2024