“Esse pequeno inseto tem um potencial de dano avassalador”
A cigarrinha do milho, conhecida popularmente como Dalbulus maidis, é uma praga altamente destrutiva nas lavouras brasileiras, medindo pouco menos de meio centímetro. Embora tenha sido observada em cultivos de cereais desde 1930, tornou-se um grande problema agrícola no Brasil por volta de 2015. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), houve um aumento de 177% nas infestações dessa cigarrinha nos últimos dois anos, com estados como Paraná e Rio Grande do Sul sendo os mais afetados recentemente.
“Esse pequeno inseto tem um potencial de dano avassalador, podendo em alguns casos, dizimar as lavouras, caso não controlado efetivamente, causando aos produtores, grandes prejuízos financeiros”, destaca Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo e gerente de desenvolvimento de mercado da Agrobiológica, empresa da holding Crop Care.
A cigarrinha do milho, anteriormente associada principalmente às áreas de produção de sementes, agora está presente em praticamente todas as regiões produtoras e fases do cultivo, incluindo a primeira e segunda safra. Os primeiros danos significativos foram observados em Goiás, Bahia e Minas Gerais. Embora a cigarrinha exista no Brasil há muito tempo, o primeiro grande registro da praga foi em 1985, em Minas Gerais, embora descrições dos patógenos causadores do enfezamento datem de 1971, em São Paulo.
Pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) descobriram recentemente uma nova espécie de cigarrinha do milho no Paraná, denominada cigarrinha africana (Leptodelphax maculigera). Embora existam várias espécies de cigarrinhas do milho, a Dalbulus maidis, originária do México, é a principal causadora de problemas nas lavouras brasileiras, alimentando-se da seiva das plantas.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 30/01/2024