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A segunda-feira (14) foi positiva aos preços do milho negociados na BM&F
Bovespa. As principais posições da commodity finalizaram o pregão com
valorizações entre 0,49% e 1,77%. O maio/18 era cotado a R$ 42,60 a saca
e o setembro/18 trabalhava a R$ 40,36 a saca.
As preocupações com o clima seco e os impactos para a safrinha
brasileira continuam a sustentar as cotações do cereal. Em meio a esse
cenário, muitas consultorias já reduziram suas projeções para a safrinha
nesta temporada.
Até o momento, a leitura é que muitas lavouras já apresentam perdas
consolidadas, especialmente no Paraná, sul de Mato Grosso do Sul e São
Paulo. E, as chuvas, se confirmadas, ainda poderiam amenizar parte dos
prejuízos para essa safra.
Na região de Doutor Camargo (PR), por exemplo, as chuvas previstas para
o final de semana não se confirmaram. Com isso, houve um agravamento no
cenário de perdas para a produção de milho safrinha na região nesta
temporada.
O produtor rural da localidade, Ildefonso Ausec, reforça que “as
lavouras estão sem precipitações há mais de 45 dias e as perdas podem
superar os 40% nesta safra”. Novas chuvas são previstas para o próximo
final de semana na região. Se confirmadas, as chuvas podem estagnar as
perdas nos campos.
“Nesse cenário, os produtores/vendedores têm postergado as negociações
de novos lotes, e compradores que precisam se abastecer no curto prazo
são obrigados a ceder. Assim, os preços do milho continuam em elevação
no mercado doméstico”, informou o Cepea nesse início de semana.
Outro fator importante na composição desse cenário é o câmbio. A moeda
norte-americana avançou 0,76% nesta segunda-feira e encerrou o dia a R$
3,6281 na venda. O nível é o maior desde 7 de abril de 2016, quando o
câmbio fechou a R$ 3,6937.
“O dólar subiu sob influência do cenário externo e de uma pesquisa
eleitoral que indicou a preferência por candidatos que os investidores
enxergam como menos comprometidos com ajuste fiscal”, informou a
Reuters.
Já no mercado interno, a segunda-feira foi de ligeiras movimentações aos
preços do milho. Conforme levantamento realizado pelo economista do
Notícias Agrícolas, André Lopes, em Sorriso (MT), a saca caiu 6,25% e
terminou o dia a R$ 15,00.
Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a queda foi de 3,45%, com a saca do
cereal a R$ 28,00. Por outro lado, em Campo Grande (MS), a saca subiu
3,03% e encerrou o dia a R$ 34,00. Na localidade de Castro (PR), o preço
apresentou alta de 2,56% e a saca finalizou o dia a R$ 40,00.
Bolsa de Chicago
O início da semana foi de ligeiras movimentações aos preços do milho
praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante toda a sessão desta
segunda-feira, as cotações permaneceram próximas da estabilidade e
encerraram o dia com leves quedas, entre 0,25 e 0,75 pontos. O maio/18
era cotado a US$ 3,89 por bushel e o julho/18 operava a US$ 3,96 por
bushel.
A safra americana continua no radar dos participantes do mercado. Nesta
temporada, o início dos trabalhos nos campos aconteceu de maneira mais
lenta e, até a última semana, cerca de 39% da área estimada para essa
safra havia sido plantada.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza as
informações no final da tarde desta segunda-feira. E as apostas dos
investidores seria de um plantio concluído entre 58% a 60% da área
projetada.
“Chuvas excessivas e temperaturas mais frias estão atrasando o progresso
do plantio no norte do Cinturão Agrícola. Nas regiões de Wisconsin,
Missouri e sul de Minnesota será necessário, pelo menos, 5-7 dias de
estiagem e temperaturas altas para firmar o solo argiloso e permitir a
entrada de maquinário pesado”, destacou a AgResource.
A consultoria ainda completa que “as previsões continuam trazendo chuvas
sucintas para todo o Cinturão Agrícola, uma mudança nos mapas é
necessária para manter o bom progresso da safra nos Estados Unidos”.
Embora o mercado se concentre na oferta nas próximas semanas, a demanda
também está no radar. “O uso de etanol está crescendo modestamente, e as
exportações devem ser apoiadas por culturas menores na Argentina e no
Brasil”, disse Bryce Knorr, analista do portal Farm Futures.
O analista ainda pondera que as chuvas abaixo da média no nordeste da
China surge como uma interrogação no mercado. “A China ainda tem grandes
reservas para recorrer, mas uma crescente indústria de etanol poderia
encorajar algumas importações se o governo permitir”, explica.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA reportou seu novo boletim de embarques
semanais. Na semana encerrada no dia 10 de maio, os embarques do cereal
somaram 1.554,495 milhão de toneladas. O volume ficou abaixo do
divulgado na semana anterior, de 1,9 milhão de toneladas.
Contudo, o volume ficou dentro das expectativas dos traders, entre 1,4 a
1,8 milhão de toneladas. No acumulado da temporada, os EUA já embarcaram
34.746,261 milhões de toneladas, frente as mais de 40 milhões de
toneladas registradas em igual período do ano anterior.
Noticias Agrícolas