O vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Enori Barbieri, marcou presença no Congresso Maizar, realizado na Argentina na última semana. O evento, considerado um dos principais encontros da indústria de milho na América Latina, reuniu mais de dois mil participantes, entre especialistas, produtores e representantes de diversas instituições do setor.
O tema central do congresso foi a bioeconomia e a restauração econômica da Argentina. Na ocasião, Barbieri compartilhou com os participantes a recuperação do Brasil no setor agrícola, especialmente na produtividade de milho.
“O Brasil é hoje um grande exportador de alimentos, com um enorme potencial para abastecer o mundo”, afirmou Barbieri. Ele ressaltou a capacidade do Brasil de transformar seus produtos agrícolas em valor agregado, citando o contraste com a Argentina, que ainda não desenvolveu totalmente essa área.
Durante sua fala, Barbieri falou sobre a estratégia adotada pelo Brasil para se tornar o principal produtor de alimentos na América. Ele recordou como, há 60 anos, o Brasil não produzia proteína animal, dependendo de importações de bacalhau da Noruega e carne da Argentina. No entanto, foi por meio de políticas governamentais e iniciativas privadas que o país se tornou um motor do agronegócio.
Enori explicou ainda que, por meio da Abramilho, os produtores brasileiros colaboraram com seus colegas da Argentina e dos Estados Unidos para promoverem a produção de milho com biotecnologia. E, apesar de reconhecer que a parceria com Argentina e Estados Unidos levantasse algumas preocupações devido à concorrência no comércio de cereais, Barbieri enfatizou a importância de uma estratégia conjunta para superar os desafios. Ele destacou também a necessidade de convencer os três países de que a biotecnologia é essencial para a competitividade e a abertura de novas oportunidades.
“A participação da Abramilho no congresso serviu para mostrar o histórico do Brasil e suas conquistas frente aos desafios do setor. Na Argentina, os produtores estão passando por um momento difícil e que está sendo agravado pela dificuldade de confiar na política do país. Mas eles estão buscando saídas e usando o Brasil como modelo”, explicou Barbieri.
O vice-presidente da Abramilho comentou que entre os principais desafios enfrentados pelo setor agrícola na Argentina está a falta de força política no parlamento. “A agricultura brasileira conta com uma forte estrutura no Congresso Nacional. Dos 513 deputados, mais de 300 integram a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)”. Para Barbieri a FPA é uma bancada que além de organizada representa os anseios do setor no Congresso.
Por fim, o vice-presidente da Abramilho destacou a importância da organização dos produtores, empresas e políticas públicas no sucesso do Brasil, que serviu como exemplo para os argentinos em sua busca por soluções e estruturas de apoio semelhantes.