Durante o Fórum Mais Milho, nesta quarta-feira (19), especialistas debateram a produção de etanol a partir do milho e os seus benefícios para os produtores rurais e para o país. O encontro contou com dois painéis de discussão e abordou estratégias para maximizar a produtividade na produção do grão.
O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), Cleiton Gauer, destacou os resultados positivos do aumento da demanda interna do etanol de milho. “Se não houvesse uma indústria consumindo todo esse produto no estado, haveria uma dependência maior das exportações”.
Entre as principais vantagens do biocombustível produzido a partir do milho, destaca-se a segurança de preço para o produtor e o aumento do consumo interno.
Na ocasião, o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), Guilherme Nolasco, também comentou sobre a força que este mercado ganhou nos últimos anos e como ele tem se estabelecido como um setor estratégico para o abastecimento no Brasil. “O etanol de milho chegou como uma ferramenta para tirar o problema do produtor de um milho que era super ofertado, sem consumo interno e de baixo preço”.
O debate, mediado pelo diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, foi uma oportunidade para a troca de dados e informações entre os participantes, uma vez que o setor ainda tem grandes perspectivas de crescimento. Somente no ano safra 2023/24, as projeções apontam uma moagem de aproximadamente 13,5 milhões de toneladas de milho para a produção de etanol, dos quais 9,35 milhões somente em Mato Grosso, de acordo com o IMEA.
Ainda na safra 2022/23, o estado deve alcançar uma produção de cerca de 46,4 milhões de toneladas de milho em uma área de 7,4 milhões de hectares, o que corresponde a cerca de 70% da área destinada à produção de soja. Esses números representam um aumento em relação à safra anterior, que registrou uma produção de 43,8 milhões de toneladas.
“Este é um momento de grande oportunidade para o agricultor. Com o aumento do uso do milho na produção de etanol, temos a possibilidade de agregar ainda mais valor ao nosso produto. O Brasil deve exportar cerca de 48 milhões de toneladas do cereal neste ano, ou seja, temos muita capacidade de produção”, explica Glauber Silveira.
O agricultor Cristian Dalben é um exemplo de produtividade máxima de milho, tendo sido campeão nacional ao produzir 248 sacas por hectare na safra de 2022. Em sua propriedade de 1,8 mil hectares, ele atinge uma média de 176 sacas por hectare, e o título de campeão em produtividade foi conquistado em um talhão plantado no final de janeiro de 2022. Dalben destaca que o aumento da população em 5% e o uso de 10% a mais de nitrogênio determinaram o sucesso.
Outra pauta de destaque durante os painéis do evento foi o sorgo. Segundo o gerente de agronomia da Corteva, Juliano Andrade, o sorgo vem de uma história de mitos, o que acaba afastando o produtor. Porém, o grão deve ganhar mais espaço nas lavouras brasileiras nos próximos anos. “A gente vem trabalhando para melhorar a rentabilidade, principalmente nas áreas onde há mais risco climático. O sorgo se caracteriza como uma planta mais resistente que o milho aos estresses hídricos e é um investimento menor para um retorno considerável”.
De acordo com Andrade, a Corteva tem trabalhado para que o sorgo esteja posicionado no planejamento e não apenas ser usado como uma cultura de oportunidade.
A íntegra do Fórum Mais Milho está disponível no YouTube do Canal Rural e pode ser acessada clicando aqui.