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Mercado sente muito pouco os efeitos do conflito comercial entre EUA e China
As cotações do milho em Chicago oscilaram bem menos do que a soja nesta semana, apresentando certa estabilidade. O fechamento desta quinta-feira (05) ficou em US$ 3,89/bushel, contra US$ 3,87 uma semana antes. O mercado sente muito pouco os efeitos do conflito comercial entre EUA e China, pois os chineses participam pouco do mercado mundial de milho. Assim, o que conta mesmo agora é o comportamento do clima nos EUA, pois o plantio da nova safra está se iniciando por lá. Nestes próximos dias estão previstas chuvas acima do normal nas regiões produtoras estadunidenses.
Paralelamente, as exportações mantiveram o ritmo nos EUA, atingindo a 1,35 milhão de toneladas na semana anterior. O sentimento de que as exportações se manterão firmes nas próximas semanas, mantem os prêmios elevados no Golfo do México, local de embarque do produto estadunidense (cf. Safras & Mercado). Na Argentina, está mantida a estimativa de uma colheita de 32 milhões de toneladas de milho e 39,5 milhões em soja. Os argentinos calculam que 1,5 milhão de hectares não serão colhidos devido a perdas totais nas lavouras por falta de chuvas. Até o final de março a colheita de milho chegava a 18% e a da soja em 9% no vizinho país.
Enfim, o impacto de uma possível tributação de 25% sobre a soja dos EUA, devido a retaliação comercial da China, tem pouco efeito sobre o milho, pois o país asiático participa pouco do mercado mundial do cereal. Além disso, a redução de área semeada na futura safra estadunidense tende a equilibrar a oferta local caso as vendas externas de milho sofram alguma consequência negativa. O que poderá ocorrer, se o conflito não se encerrar rapidamente, é uma redução maior na área semeada com soja nos EUA. Dito isso, a tonelada FOB de milho, na Argentina e no Paraguai, se manteve em US$ 187,00 e US$ 180,00 respectivamente.
Já no Brasil os preços internos se mantiveram firmes, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 33,87/saco, enquanto os lotes oscilaram entre R$ 40,00 e R$ 42,00/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 23,00 em Sorriso (MT) e R$ 41,00/saco em Concórdia e Videira (SC), passando por R$ 39,00/saco em Itahandu (MG).
Assim, a semana foi de preços estáveis nas diferentes praças brasileiras, não havendo ainda muita pressão de venda, em especial no mercado paulista. Todavia, o mercado começa a se inquietar com o quadro no setor das carnes, o qual não está bom, inclusive nas suas exportações. Com isso, a demanda interna poderá enfraquecer e ocorrer perda de liquidez no mercado do milho, puxando para baixo os preços do cereal. Além disso, o mercado acompanha o desenvolvimento da safrinha, a qual está praticamente semeada no Centro-Sul brasileiro. O clima ditará as próximas tendências do mercado em torno do produto que virá da safrinha.
Vale destacar, todavia, que a forte desvalorização do Real nesta semana, devido as atribulações políticas no Brasil, ajuda a valorizar o milho para exportação, podendo fazer alguma pressão altista se o movimento cambial continuar. Com isso, a redução dos preços no mercado físico paulista cessaram, pelo mesno por enquanto. De fato, em função do plantio nos EUA e do litígio comercial entre este país e a China, mais a realidade de colheita de verão na América do Sul e o desenvolvimento de nossa safrinha, além das questões políticas e econômicas ruins no Brasil, deixarão o mercado muito instável daqui em diante, com possibilidade de fortes variações de preços.
Fonte: CEEMA / UNIJUI