SÃO PAULO (Reuters) – A colheita de soja 2022/23 alcançou 17% das áreas no Paraná, aumento de 10 pontos percentuais em uma semana, mas com um atraso em relação a anos anteriores que deixa o plantio de milho segunda safra em um período de maior risco climático em diversas regiões, disse o Departamento de Economia Rural (Deral).
No mesmo período do ciclo anterior a pesquisa do órgão estadual não foi realizada devido ao feriado de Carnaval, no entanto, em 2021 a colheita da oleaginosa estava em 23% nesta época do ano, mostraram dados divulgados nesta terça-feira.
Em 2020, segundo o Deral, os trabalhos estavam ainda mais adiantados, com 42% das áreas colhidas, e em 2019 este percentual já superava 50%.
“A colheita da soja evoluiu bem nos últimos 15 dias, contudo o clima não ajudou. A demora para a colheita da soja não deve refletir em grandes problemas para a cultura. Porém, isso está causando um atraso no plantio do milho segunda safra”, disse o analista do Deral Edmar Gervásio.
Ele afirmou que, neste momento, o impacto está localizado nas regiões oeste e centro-oeste do Estado.
O plantio de milho segunda safra alcançou 26% das lavouras no Paraná, ante 12% na semana passada. No mesmo período de 2021, este número estava em 28%; em 2020, em 61%; e em 2019 a 73%.
Gervásio alertou que, de forma geral, a janela ideal para o plantio paranaense do cereal se encerra ao final de fevereiro, embora as regiões norte e centro-oeste ainda plantem normalmente até março.
“Não é possível (saber se haverá perda), pois isso depende de muitos outros fatores que só serão conhecidos à medida que a cultura vai se desenvolvendo no campo. De inicio, somente é possível afirmar que estas áreas terão maior risco climático.”
A consultoria AgRural acredita que mais da metade da safra de milho do Paraná e Mato Grosso do Sul, segundo e terceiro produtores do cereal de inverno no Brasil, deverá ser plantada fora da janela climática ideal, elevando os riscos principalmente para geadas.
Ainda de acordo com o Deral, a colheita de milho verão atingiu 26% das áreas paranaenses, contra 7% na semana passada, também com atraso comparada a anos anteriores.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)
Reuters
Notícias Agrícolas – 28/02/2023