Cotação do cereal vem andando de lado na Bolsa e nos mercados físicos
Os preços no mercado brasileiro de milho seguem pressionados em função de uma sobra de cinco milhões de toneladas (MT) no saldo de exportações. “Até o momento o Brasil exportou cerca de 37,2 MT, contra uma expectativa de 42MT até o fim do ano comercial. Enquanto esta diferença de 5 MT não for exportada, vai sobrar no mercado interno, impedindo uma alta maior dos preços”, aponta a Consultoria TF Agroeconômica.
Mesmo assim, ressaltam eles, os preços pagos aos produtores subiram cerca de 1,34% no Paraná e em Santa Catarina: “No Rio Grande do Sul, onde são os mais altos do Brasil, permaneceram inalterados. Na B3, contudo, recuaram 0,50% neste mês de dezembro até o momento e no acompanhamento do Cepea, tiveram uma valorização de apenas 0,28% no mês”.
FATORES QUE AFETAM O MILHO HOJE, segundo a TF:
- a) Base nacional de milho, nos EUA, continua a mais forte em 20 anos;
- b) Seca continua na Argentina e no sul do Brasil;
- c) Estima-se que 9 milhões de toneladas de milho ainda estejam nos campos da Ucrânia;
- d) Fala-se em recessão suave no 1o trimestre devido a juros mais altos, o que pode impactar a demanda por alimentos e combustíveis;
- b) A Bolsa de Cereais de Buenos Aires disse que o plantio de milho na Argentina está 43% completo, com a safra classificada em (somente) 18% de boa a excelente.
FUNDOS APOSTAM NA ALTA
Ainda de acordo com a TF, o relatório semanal do CoT mostrou que os fundos tinham 127.106 contratos líquidos comprados em 13 de dezembro: “Esse é o volume de contratos líquidos longos de 6.893 contratos a mais durante a semana devido à cobertura vendida. Traders comerciais de milho fecharam outros 33 mil hedges de venda, reduzindo sua venda líquida em 11 mil para 367.770 contratos”.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 19/12/2022