A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) esteve presente na quarta-feira (26/10), no 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agro. O diretor executivo da associação, Glauber Silveira, participou do painel sobre cadeia vegetal, onde falou sobre o cenário do milho e das oportunidades de crescimento na produção brasileira.
Durante o evento, que contou com a presença de mais de 2.500 congressistas, Glauber explicou que o cenário do milho deve atrair o mercado internacional e que a participação das mulheres nestas pautas é de grande importância. “As mulheres do agronegócio possuem cada vez mais influência no setor. O diálogo com essas líderes vai fortalecer ainda mais o processo da alimentação mundial”, afirmou.
Glauber explicou que o ano 2023 deve ser positivo para a produção brasileira de milho. O principal impulso deverá vir do aumento da 2ª Safra, que poderá crescer de 85,6 para 96,2 milhões de toneladas, especialmente, pelo aumento de produtividade das lavouras. Contando com 130 milhões de hectares de pastagem degradada, o Brasil conta com um privilégio que nenhum outro país no mundo tem, isto é, poder aumentar em muito a sua produção de milho sem necessidade de abrir um hectare sequer de floresta.
Além disso, os principais países concorrentes apresentam uma retração nas suas safras. Os Estados Unidos terão uma redução de 62 para 54 milhões de toneladas, a Ucrânia uma queda de 40% nas suas exportações e a Argentina uma diminuição 2,6% da área plantada. A entrada da China como compradora de milho no mercado brasileiro também deverá acelerar a comercialização.
Outro cenário positivo é o mercado interno brasileiro, que cresceu 43% nos últimos 5 anos. A previsão para a próxima safra é um incremento da demanda interna de 77 para 81,7 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este aumento se deve principalmente ao setor animal, que vem apresentando forte crescimento nos últimos 5 anos, registrando um salto de 48 para 54 milhões de toneladas de milho consumidas anualmente.
O consumo de aves de corte e de poedeiras juntos absorvem 43% do total do cereal comercializado no mercado interno. Isso porquê 60% da composição da ração destes animais é composta por milho, segundo estimativas da Céleres Consultoria.
O setor de indústria também vem crescendo no Brasil na produção de etanol a partir do milho. No ano-safra 2018/19 foram produzidos 790 milhões de litros de etanol, e para 2022/23 estima-se um salto para 4,5 bilhões de litros, ou seja, um aumento de 469%. A produção que era restrita a Mato Grosso, hoje se espalha por outros estados como Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Por fim, Glauber ressaltou que, mesmo diante do cenário positivo, é necessário continuar a busca por soluções para a produção brasileira, com enfoque principalmente no aumento da tecnologia. “Fica cada vez mais claro para nós que as mulheres do agro precisam fazer parte dos diálogos do setor nessa busca constante por melhorias”.