As cotações do milho, em Chicago, nesta última semana de outubro, praticamente fircaram estáveis em relação à semana anterior
As cotações do milho, em Chicago, nesta última semana de outubro, praticamente fircaram estáveis em relação à semana anterior. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (27) em US$ 6,82/bushel, contra US$ 6,84 uma semana antes. Dito isso, a colheita do cereal, nos EUA, até o dia 23/10, atingia a 61% da área total, contra 52% na média histórica. Por outro lado, os embarques estadunidenses de milho, na semana encerrada em 20/10, atingiram a 470.623 toneladas, com este volume ficando dentro das expectativas do mercado. Por enquanto, os EUA exportaram 3,77 milhões de toneladas no atual ano comercial, ou seja, 22% abaixo do executado um ano antes.
Já no Brasil, os preços se mantiveram estáveis, porém, com viés de alta graças a ótima performance das exportações. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana em R$ 84,60/saco, enquanto nas demais praças nacionais os valores permaneceram entre R$ 65,00 e R$ 85,00/saco.
De fato, em 14 dias úteis de outubro o Brasil já exportou 5,1 milhões de toneladas de milho, o que representa 183% acima do que havia sido exportado em igual período do ano passado. (cf. Secex) Para o total do mês de outubro a Anec espera que o país alcance um total de 7,2 milhões de toneladas de milho exportadas. O Brasil tem sido favorecido pela pouca presença da Ucrânia no mercado do cereal, em função da guerra que trava com a Rússia. Além disso, com a seca que atinge a Argentina, a produção local tem sido menor, com consequente menor presença no mercado exportador. Entre janeiro e este final de outubro o Brasil teria exportado ao redor de 30 milhões de toneladas do cereal, contra 14 milhões em igual período do ano passado.
Por outro lado, o plantio do milho de verão, no país chegava a 65,3% da área esperada até o dia 21/10, contra a média histórica de 59% para esta data. Este plantio atinge 96,7 % da área prevista de 1,2 milhão de hectares no Rio Grande do Sul; 86,6% da área estimada de 719.000 hectares em Santa Catarina; 88,8% da área prevista de 591.000 hectares no Paraná; e 47,2% da área de 322.000 hectares em São Paulo; 30,5% da área de 31.000 hectares em Mato Grosso do Sul; 21,3% da área de 319.000 hectares em Goiás/Distrito Federal; 20,5% da área de 946.000 hectares em Minas Gerais; e 5% da área de 33.000 hectares em Mato Grosso.
Ao mesmo tempo, a produção total da nova safra de verão de milho, ano 2022/23, no Centro-Sul brasileiro, está estimada em 25,2 milhões de toneladas, contra 21,9 milhões no ano anterior. A área total semeada deverá recuar em 4,3%, ficando em 4,2 milhões de hectares, enquanto a produtividade média aumentaria para 6.008 quilos/hectare, ou seja, 20,5% superior à frustrada safra anterior. Já para a safrinha de 2023 a área deverá crescer 1,1%, se estabelecendo em 14,97 milhões de hectares. Considerando uma produtividade média de 5.865 quilos/hectare, a produção final da safrinha poderá alcançar 87,8 milhões de toneladas (lembrando que alguns analistas chegam a projetar um volume um pouco acima de 90 milhões de toneladas). Já as regiões Norte e Nordeste devem cultivar 2,4 milhões de hectares com o cereal, ou seja, um recuo de 0,3% sobre o ano anterior. Em a produtividade média chegando a 5.642 quilos/ hectare, a produção nessas regiões poderá atingir 13,3 milhões de toneladas.
Assim, a área total de milho, no Brasil, deverá ocupar 21,5 milhões de hectares em 2022/23, com recuo de 0,1% sobre o ano anterior. Em o clima voltando a ser normal, a produtividade média poderá atingir a 5.868 quilos/hectare. Com isso, a produção total de milho, em 2022/23, poderá atingir a 126,3 milhões de toneladas no Brasil, um novo recorde.
Enfim, segundo a Secex, o Brasil importou, nos primeiros 14 dias úteis de outubro, um total de 281.079 toneladas de milho. Isso representa 55,8% do total importado em todo o mês de outubro de 2021, com a média diária de importação apresentando um recuo de 20,2%. O preço da tonelada de milho importada, em outubro, recuou 5,1%, ficando em US$ 226,30.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA
Aline Merladete
AGROLINK – 28/10/2022