Tão logo os preços sobem aos níveis pedidos pelos vendedores, eles elevam suas pedidas
Embora lentamente, a tendência dos preços do milho a médio e longo prazos é de alta, aponta o analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco. “É sabido por todos que há uma tendência latente de maior demanda de milho brasileiro para exportação. A Europa precisa de aproximadamente 6-10 milhões de toneladas a mais para suas importações e a China, de outras 10 milhões de toneladas”, projeta o especialista.
De acordo com ele, as tradings até que estão tentando comprar no interior, mas a originação está difícil: “Tão logo os preços sobem aos níveis pedidos pelos vendedores, eles elevam suas pedidas, pulando de 5 em 5 reais/saca para mais. Mas, nem sempre as cotações e Chicago ou do dólar ajudam”.
“As fortes oscilações da economia e da geopolítica mundial impõe outras tantas fortes oscilações às cotações tanto da moeda americana, quanto das cotações do milho na CBOT. E, a cada queda nas cotações destes dois pregões as chances de melhora nos preços finais que as tradings podem oferecer aos agricultores brasileiros, diminui”, explica o analista de mercado.
“Com isto, permanece intacta a grande disponibilidade de produto nacional, à disposição, tanto das indústrias locais, quanto das Tradings, de maneira que não há motivos para nem umas, nem outras elevarem os preços. Será preciso um forte incremento da demanda, melhorando os prêmios de exportação, para modificar esta situação. Este incremento poderá vir da China, tão logo os documentos enviados tardiamente no final de setembro pelo MAPA para apreciação do governo chinês, sejam finalmente aprovados. Temos que esperar”, conclui Pacheco.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 24/10/2022