Com isso, o preço médio ao produtor estadunidense de milho ficaria em US$ 6,80/bushel neste novo ano comercial. Já a produção mundial do cereal foi reduzida para 1,169 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais ficariam em 301,2 milhões de toneladas, com recuo de 3,3 milhões em relação a
setembro. As produções do Brasil e da Argentina foram mantidas em 126 e 55 milhões de toneladas respectivamente. E a exportação brasileira de milho continuou projetada em 47 milhões de toneladas. Dito isso, até o dia 09/10 a colheita de milho nos EUA atingia a 31% da área semeada, contra 30% na média histórica, sendo que 87% das lavouras a colher estavam em fase de maturação. As condições das lavouras a colher estavam um pouco melhores, passando a 54% entre boas a excelentes.
Por outro lado, os embarques estadunidenses de milho, na semana encerrada em 06/10, atingiram a 457.366 toneladas, ficando dentro do intervalo esperado pelo mercado, embora menores do que na semana anterior. No ano comercial atual os EUA embarcaram 2,83 milhões de toneladas, ou seja, 9% a menos do que no mesmo período do ano comercial anterior. Já na Europa, a colheita de milho está em andamento, confirmando que a atual safra será a menor dos últimos 15 anos. A produção final esperada é de 55,5 milhões de toneladas, sendo o menor volume desde 2007. A Hungria é o país mais atingido, perdendo mais da metade de sua produção, na comparação com o ano anterior. Na França, a produção será a menor dos últimos 32 anos. Em tais condições, as importações totais de milho, pela União Europeia, neste novo ano comercial, deverão alcançar 21 milhões de toneladas, ou seja, a maior dos últimos quatro anos.
O volume total naquele país deverá ficar entre 10 e 11 milhões de toneladas de milho, com um rendimento médio de 8.180 quilos/hectare. Esta seria a menor produtividade média desde 2005 em solo francês. Na Itália o recuo na produção do cereal será de 40%, enquanto na Alemanha alcançará 19%. A seca e o forte calor no verão europeu são as principais causas desta frustração.
Enquanto isso, no Brasil os preços se mantiveram relativamente estáveis, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 83,70/saco, enquanto nas demais praças nacionais os preços oscilaram entre R$ 65,00 e R$ 85,00/saco. Especificamente no Mato Grosso, a comercialização da safra passada (2021/22)
chegou a 78,5% do total colhido. As causas teriam sido: melhores preços observados no Estado no último mês; a necessidade de escoar a produção recorde; e a maior demanda do cereal para a exportação, no período, em decorrência da guerra na Ucrânia. Já as vendas da atual safra chegam a apenas 10,7% do recorde colhido. Os preços médios de setembro ficaram em R$ 66,03/saco, com aumento de 3,5% sobre agosto. Enfim, em setembro o Mato Grosso exportou 2,77 milhões de toneladas do cereal, com aumento de 38,1% sobre o mês de setembro de 2021.
Com isso, aquele Estado já exportou 10,4 milhões de toneladas entre julho e setembro do corrente ano, atual ano comercial. Os principais países compradores do milho mato-grossense foram: Irã, Espanha, Colômbia e Egito. Por sua vez, no Paraná 75% da área para o milho de verão já teria sido semeada até o início da corrente semana, sendo que 65% estavam em fase de germinação e 35% em desenvolvimento vegetativo. O Estado paranaense vem convivendo com muita chuva nestas últimas semanas.
Enfim, o Brasil exportou, nos primeiros 5 dias úteis de outubro, um total de 1,89 milhão de toneladas de milho, ultrapassando em 5% o total exportado com o cereal em todo o mês de outubro de 2021. Assim, a média diária exportada é superior em 320,1% em relação àquela obtida em outubro de 2021. Espera-se uma importante pressão de exportação de milho entre dezembro e janeiro, pois a partir de fevereiro a soja ocupa a prioridade portuária nacional. O preço da tonelada exportada passou a US$ 284,00, subindo 34,3% em relação ao praticado no ano anterior.
Enquanto isso, o Brasil importou 88.032 toneladas de milho nos 5 primeiros dias úteis de outubro, tendo recebido 17,5% do total importado em outubro do ano passado. A média diária acusa um recuo de 30% nestas importações atualmente. Já o preço da tonelada importada caiu 10,2%, passando a US$ 214,00.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA