Este é o ambiente macroeconômico mais baixista desde março de 2020
Os preços do milho fecharam em nova forte queda, devido à alta do Dólar e ao aumento da oferta nos Estados Unidos, aponta a Consultoria TF Agroeconômica. De acordo com eles, as cotações de soja também recuaram forte novamente por pressão da colheita norte-americana e clima favorável no Brasil.
No caso do cereal mais plantado no Brasil, dizem os analistas de mercado, houve “contágio do trigo em queda, e as previsões meteorológicas favoráveis ao avanço da safra nos EUA acrescentaram um sentimento de baixa. Os operadores esperam ver um progresso de 13% na colheita. Dólar forte e possibilidades de recessão nas principais economias operaram na mesma direção”.
Segundo eles, a moeda norte-americana torna as commodities produzidas nos Estados Unidos menos atraentes para compradores estrangeiros. “Os outros mercados também estão todos negativos, com as ações e o petróleo em baixa e o dólar atingindo novas máximas”, afirma o analista sênior da TF, Luiz Pacheco.
“Este é o ambiente macroeconômico mais baixista desde março de 2020. Ações em queda, petróleo em baixa, baixa expectativa de inflação, real depreciado, yuan mais fraco, dólar em alta. Todos os fatores macro que importam para a agricultura estão apontando para baixo”, disse em nota a Peak Trading Research.
Ainda de acordo com a TF Agroeconômica, o avanço da colheita nos EUA também pesou sobre as cotações. “Investidores aguardam o relatório semanal de acompanhamento de safra do Departamento de Agricultura do país (USDA), que sai após o fechamento do mercado. O relatório anterior mostrou que os trabalhos estavam 7% concluídos até 18 de setembro”, conclui Pacheco.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 27/09/2022