São Paulo, 10/08/2022 – A proibição, nesta semana, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do uso do fungicida carbendazim não deve, num primeiro momento, causar grandes prejuízos aos agricultores de qualquer porte – sejam pequenos, médios ou grandes, avalia o pesquisador Alisson Fernando Chiorato, diretor do Centro de Grãos e Fibras do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura paulista, em Campinas (SP).
Segundo ele, esse fungicida é utilizado principalmente na produção de grãos, em especial na cultura do feijão. “A proibição gradual (como definiu a Anvisa) não deve causar grandes impactos nessas culturas, já que é um produto mais antigo e há alternativas no mercado com eficiência e custos similares”, avaliou. Como alternativa, ele cita produtos à base de tiofanato-metílico.
O engenheiro agrônomo Vinicius Sampaio do Nascimento, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), também da Secretaria de Agricultura, concorda que a proibição da molécula não deve afetar os produtores, que têm outras opções no mercado. Além disso, segundo ele, “é importante ter sempre produtos que ofereçam menos riscos para os produtores e trabalhadores rurais”.
Nesta terça-feira (9) a Anvisa proibiu a importação, produção e comercialização no Brasil do carbendazim. O colegiado concluiu a reavaliação toxicológica do ingrediente, decidindo pela sua proibição na composição de defensivos no Brasil, considerando todos os produtos técnicos e formulados à base desse princípio ativo. Ainda conforme a Anvisa, este agroquímico foi o 16º mais utilizado no Brasil em 2019. Ele é aplicado em lavouras de feijão, milho, soja, algodão, e frutas, como citros, banana, morango e abacaxi, entre outras.
Por Marilei Birck Ferreira, especial para a Agência Estado;marilei.ferreira@estadão.com
BroadcastAgro – 10/08/2022