Safra de inverno praticamente definida e sendo colhida sem maiores problemas
A entrada da segunda safra de milho brasileira, a popularmente chamada “Safrinha”, está pressionando os preços internos, aponta a equipe de analista de mercados da Consultoria TF Agroeconômica. “Com aproximadamente 10% colhidos na média do país, começa a haver maior disponibilidade de produto, trazendo alívio para o abastecimento dos compradores, que não precisam elevar os preços para fazer suas compras”, afirmam.
De acordo com eles, será importante observar novamente as exportações: “A exportação é o único elemento que poderá elevar os preços do milho no Brasil a curto, médio e longo prazo, nesta temporada. Com a safra de inverno praticamente definida e sendo colhida sem maiores problemas, caracterizando um aumento significativo na oferta, o único elemento capaz de alterar a tendência dos preços é a demanda”.
“A demanda interna poderá ser alterada se a demanda externa de carnes for alterada. Mas, do lado da China, há problemas renovados com a volta da Covid-19, os confinamentos de cidades e fechamentos de restaurantes e redução da demanda. Mas, outros países estão colocando licitações e fazendo compras, como mostrou o aumento da demanda por milho americano nesta semana. Quando esta demanda se voltar mais para o Brasil, o que ocorre normalmente no segundo semestre, é provável que os preços internos do milho subam, com a disputa entre exportadores e indústrias”, explica o analista sênior da TF Agroeconômica, Luiz Pacheco.
ANÁLISE TÉCNICA
Ainda de acordo com a Consultoria, as cotações do milho para o mês presente recuaram menos do que as de soja nesta semana. “Estão sustentadas pelos altos preços do petróleo, a quem estão intimamente ligadas na produção de biocombustível, tanto nos EUA, como no Brasil, via etanol e pelas exportações americanas, que ainda estão muito fortes, apesar dos preços FOB mais elevados”, concluem.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 27/06/2022