Rússia e a Bielorrússia são duas das principais fontes de fertilizantes do Brasil
O Brasil importou 16,5% mais fertilizantes nos primeiros cinco meses de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021, informou a agência marítima Cargonave. De janeiro a maio deste ano, o Brasil importou 16,6 milhões de toneladas de fertilizantes, ante 14,2 milhões de toneladas em 2021.
“O aumento ocorreu apesar das sanções impostas contra Rússia e Belarus. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia no início deste ano, havia preocupações se o Brasil seria capaz de importar fertilizantes suficientes para suas safras 2022/23, já que o Brasil importa 85% de seus fertilizantes necessários e a Rússia e a Bielorrússia são duas das principais fontes de fertilizantes do Brasil”, afirma o analista de mercado Michael Cordonnier, da Soybean & Corn Advisor.
De acordo com ele, os importadores anteciparam suas compras de fertilizantes no início deste ano, quando ficou claro que a Rússia poderia invadir a Ucrânia: “Grãos e fertilizantes não fizeram parte das sanções impostas contra a Rússia e a Bielorrússia, mas algumas instituições financeiras foram sancionadas, o que complicou a contratação de navios e o pagamento dos fertilizantes. O Brasil conseguiu continuar recebendo fertilizantes da Rússia por meio de pagamentos via instituições financeiras não sancionadas”.
Segundo dados da Cargonave, as entregas de fertilizantes em maio totalizaram 3,36 milhões de toneladas, 15 mil toneladas a mais que em maio de 2021. A quantidade de fertilizantes importados para o Brasil de janeiro a maio totalizou 5,5 milhões de toneladas de potássio, 2,3 milhões de toneladas de uréia e 1,6 milhão de toneladas de fósforo.
“Os fertilizantes continuam chegando e parece que o Brasil provavelmente terá suprimentos adequados de fertilizantes para plantar as safras 2022/23”, conclui Michael Cordonnier.
Leonardo Gottems
AGROLINK – 08/06/2022