O preço médio dos adubos aumentou puxado pelos riscos de abastecimento
O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de março fechou em 1,56, representando um aumento em relação a fevereiro (1,27). O preço médio dos adubos aumentou em março, puxado principalmente pelos riscos à matriz de abastecimento, atrelados ao conflito entre Rússia e Ucrânia, um cenário sem precedente na história.
Os preços das commodities agrícolas (soja, milho, algodão e cana-de-açúcar) apresentaram alta em relação ao último mês, devido às quebras de safra anunciadas após os fatores climáticos adversos, principalmente no Sul do país. Por outro lado, o câmbio, outro fator considerado na composição do índice, registrou queda, o que ajudou a pressionar o índice.
Importante salientar que o cenário atual é repleto de incertezas, o que potencializa a volatilidade no mercado e em toda a sua cadeia. Desde o início do conflito, os preços do fósforo, potássio e nitrogenados tiveram aumento. Esse cenário é replicado também para as matérias-primas como gás natural, enxofre e amônia.
A expectativa de rentabilidade para a safra 22/23 das principais lavouras no Brasil continua positiva, impulsionada pelo atual valor dos preços internacionais das commodities agrícolas, mesmo com real valorizado no último mês.
O índice é divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes, uma das maiores produtoras globais de fosfatados e potássio combinados. O índice consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas.
O IPCF consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas. Uma relação menor que 1,0 indica que os fertilizantes estão mais acessíveis do que no mesmo período em 2017, e uma relação maior que 1,00 significa que os adubos estão menos acessíveis em comparação com o mesmo período. O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.
Eliza Maliszewski
AGROLINK – 08/04/2022