A Abramilho avalia positivamente o lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes, que tem como objetivo estimular a produção nacional e consequentemente diminuir a dependência brasileira das importações. Entretanto, o presidente institucional da entidade, Cesario Ramalho, lembra que se trata de uma medida, que tem potencial para apresentar resultados apenas no médio e longo prazo.
Diante da conjuntura de oferta restrita e alta dos preços dos adubos, a Abramilho observa que ao governo cabe a busca pela diversificação de fornecedores, como, aliás, vem fazendo [e bem] a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao recentemente visitar o Irã e embarcar nos próximos dias para o Canadá.
Ao produtor, a entidade recomenda planejamento minucioso para aquisição dos insumos e uso extremamente racional, com base em orientação técnica.
Alento, neste momento, destaca Ramalho, é que boa parte do solo agrícola brasileiro apresenta fertilização satisfatória, resultado do trabalho de adubação que vem sendo desenvolvido ao longo dos anos. “Temos uma espécie de ‘poupança’ de fertilizantes no solo e, diante do quadro, podemos administrar melhor a aplicação do insumo.”
Ademais, a Abramilho avalia que o delicado cenário atual não pode, contudo, servir de pretexto para propostas, como, por exemplo, a da possibilidade de mineração em terras indígenas. Dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do Serviço Geológico Brasileiro divulgados nesta semana mostram que a exploração destas áreas não contribuiria para melhorar o abastecimento de fertilizantes.
Além disso, pontua Ramalho, o Brasil já tem problemas demais na esfera ambiental, sobretudo em relação ao desmatamento ilegal, tendo sua imagem desgastada internacionalmente. “É claro que existe o protecionismo de países agrícolas concorrentes, mas não se pode abrir brechas para mais críticas, o que certamente ocorrerá caso tal proposta avance.”