O diretor da Abramilho, Paulo Bertolini, assumiu recentemente a presidência da Aliança Internacional do Milho (Maizall) – www.maizall.org -, grupo que reúne as entidades nacionais representativas do grão de três dos mais importantes países produtores: Brasil, Estados Unidos e Argentina. Juntos, eles representam cerca de 50% da produção global de milho e detêm aproximadamente 70% do comércio mundial do grão.
A Maizall é formada pela Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Conselho de Grãos dos Estados Unidos (US Grains Council), Associação dos Produtores de Milho dos Estados Unidos (National Corn Growers Association) e Associação Argentina dos Produtores de Milho e Sorgo (Maizar).
Criada em 2013, a Maizall tem como objetivo estimular a produção global de milho, como política fundamental para garantir a segurança alimentar e energética do planeta. Além de ser uma das matérias-primas básicas da indústria alimentícia em geral, o grão é o principal insumo utilizado na cadeia produtiva das carnes [bovina, suína, aves etc.], sendo, portanto, fundamental para assegurar a oferta mundial de proteína animal, que cresce de maneira exponencial, sobretudo na Ásia. Ressalta-se, ainda, o uso do milho para fabricação de biocombustíveis, com destaque para o recente arranque do etanol feito a partir do grão no Brasil.
Entre as principais bandeiras da Maizall destacam-se trabalhar pela expansão da biotecnologia no campo como tecnologia segura, eficiente e indispensável para obtenção de ganhos de produtividade, bem como pelo melhor entendimento do consumidor acerca dos benefícios dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) para produção mais barata, confiável e sustentável de alimentos.
A Maizall defende, ainda, o estímulo à pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, bem como à adoção de políticas governamentais de equivalência regulatória entre os países produtores e consumidores em relação aos OGMs, que facilitem o comércio internacional de alimentos e produtos agrícolas. “Infelizmente, ainda observamos a imposição de barreiras comerciais com base em argumentos sem base científica contra a biotecnologia agrícola, que acabam sendo usados como subterfúgios para medidas protecionistas.”
Bertolini salienta também que a biotecnologia pode viabilizar a modernização do cultivo do milho em algumas regiões como, por exemplo, países da África, que têm potencial, mas estão desassistidos do ponto de vista de tecnologia e assistência técnica rural. “A expansão do milho pode ser um vetor de desenvolvimento socioeconômico.”
No que diz respeito a mercados, o presidente da Maizall cita uma maior propensão da China, que é grande produtor, a importar mais milho, a fim de dar conta de alimentar seu plantel de suínos, em um processo de tecnificação da cadeia produtiva local, que vem buscando mitigar o ressurgimento da peste suína no país. “Ademais, o Oriente Médio também vem despontando como um importante importador do grão.”