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Trecho de 100 quilômetros segue sem pavimentação no Pará e as obras só devem ser concluídas no final de 2018
As obras inacabadas e trechos de difícil tráfego na BR-163 foram um grande problema para o escoamento da safra de grãos em 2017. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleo de Soja (Abiove), a logística deficitária deve continuar desafiando o setor em 2018, quando são esperados cinco mil caminhões por dia na rodovia nos meses de escoamento mais intenso. Neste ano, caminhões carregados ficaram atolados na rodovia e os prejuízos chegaram a US$ 400 mil por dia.
A rodovia é a principal via para o escoamento de grãos que são exportados pelos portos do Norte do Brasil. A estrada dá acesso ao porto fluvial de Miritituba (PA), que tem capacidade para escoar até 30 mil toneladas de grãos por dia. Desse porto, as barcaças seguem com os carregamentos até Belém, com destino ao mercado internacional. De acordo com a Abiove, a tendência é de um aumento crescente na utilização da BR-163 em função da menor distância das áreas produtoras do Norte do Mato Grosso aos terminais portuários do chamado “Arco Norte”, em comparação com os portos das regiões Sudeste e Sul. “Com o tamanho da safra que a gente tem hoje, não dá para não contar como Arco Norte. O acesso da BR-163 é estratégico para o país, sem ele fica difícil trabalhar”, diz Daniel Furlan, gerente de economia da Abiove.
Além de preocupar a indústria de óleo de soja, a situação das estradas alarma os produtores rurais que dependem da rodovia BR-163 e sentem no bolso os gastos com logística. “O que mais nos prejudica é a falta de infraestrutura para escoar o grão. A estrada BR-163 ainda está o caos. Isso encarece o custo do transporte”, diz o produtor Marcos Antonio Camargo, que cultiva grãos na região Médio-Norte de Mato Grosso e comanda o grupo de revendas de insumos Agromave.
O que preocupa o setor é que o trecho de 100 quilômetros em obras e em situação precária na rodovia ainda não serão pavimentados nos primeiros meses de 2018. “Desses 100 quilômetros, cerca de 40 quilômetros tem alguma estrutura e os outros 60 quilômetros estão praticamente sem nenhum trabalho de asfalto”, diz Furlan. A previsão é de que as obras na via estejam concluídas só no fim do próximo ano. Nesse cenário, de acordo com a Abiove, está prevista uma ação do Exército para organizar o tráfego de caminhões nesse trecho em obras.
Gestão de tráfego
O setor pede a operação Pare e Siga, com o objetivo de não deixar que os caminhões continuem trafegando quando começar a chover nessa região. Além disso, os agentes devem direcionar os veículos para localidades mais próximas. “Nós estamos novamente pedindo ao governo para que ele reimplemente a operação Pare e Siga”, diz Furlan.
Para Furlan, o mais importante é conseguir saber quando o caminhão pode trafegar e quando deve parar, com o objetivo de evitar atolamentos na estrada. “Com isso é possível se programar e evitar prejuízos. O objetivo agora é fazer essa gestão do tráfego para que as empresas consigam se planejar e possam pensar em outras vias de saída.” Os problemas de transporte não são uma exclusividade dos estados que são cortados pela BR-163. Em Goiás, por exemplo, os produtores também enfrentam dificuldades. “Logística sempre é um problema no Centro-Oeste. Não mudou nada. A ferrovia Norte-Sul está parada, não temos nada. O governo não põe dinheiro. Seria muito bom se a gente tivesse a ferrovia, teríamos um custo de frete estabilizado o ano todo”, afirma Antonio Chavaglia, presidente da cooperativa Comigo, de Rio Verde (GO), que conta com 6,8 mil produtores associados.
ITRIBUNA – JORNAL TRIBUNA DO INTERIOR