“O desmatamento é um fator que nós temos de coibir. O desmatamento não é vantajoso para o Brasil; a agricultura não depende dele. Ao contrário”, afirmou o presidente executivo da Abramilho, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, em palestra no evento on-line “Entendendo a Amazônia”, realizado na última semana.
Segundo Paolinelli, indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2021, “a continuar o desmatamento nas proporções atuais, poderá acontecer dificuldades nos chamados grandes rios aéreos”, que “abastecem” regiões produtoras com umidade quente. Essa umidade, que se encontra com as ondas frias que surgem do Sul, provocam chuvas que beneficiam as plantações do país, ressaltou.
“Felizmente, o desmatamento não vem da agricultura: é um fenômeno de especulação de madeireiros que utilizam a madeira da Amazônia para exportar, o que não deve continuar acontecendo. Eles estão contra a lei. A lei ali tem de ser respeitada, porque não há nenhuma vantagem no Brasil com esse desmatamento. Estamos interessados muito mais na abundância biológica na Amazônia. É realmente o maior volume de biologia no mundo e poderá ajudar o Brasil no desenvolvimento pela ciência da bioeconomia, nova fase em que nós vamos entrar”, acentuou Paolinelli.
“O Brasil criou, nesses últimos 40 anos, uma agricultura tropical altamente sustentável, com a vantagem de que, só com as tecnologias existentes hoje, poderemos, na área antropizada, ter condições de suportar toda a demanda mundial de alimentos em 2050”, salientou. “No Brasil, a árvore está valendo mais caída do que em pé. Nós temos esperança de que a Ciência mostre e demonstre o contrário. Essa é uma tarefa que teremos daqui em diante”, finalizou.