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Resultado foi em campo experimental do Sertão sergipano
Um estudo feito pela Embrapa no Semiárido do Sergipe verificou aumento da produção de milho quando cultivado em rotação e adubado com biomassa da leguminosa Gliricida sepium. Em locais com pouca chuva, o uso da leguminosa gerou aumento de 100% na produção sem o uso de fertilizante mineral. A gliricídia tem aparecido em pesquisas como fornecedora de nitrogênio ao solo, podendo substituir total ou parcialmente o uso de fertilizantes nitrogenados. Oriundo do México e América Central, a planta tem elevada concentração de nitrogênio nas folhas e permite a fixação simbiótica desse nutriente no solo por bactérias das raízes. Os trabalhos da Embrapa Tabuleiros Costeiros reforçam essa ideia.
O teor de proteína da gliricídia é de aproximadamente 23% e produz até 70 quilogramas de matéria verde anualmente. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Cristiane Otto de Sá, a gliricídia é uma espécie de “ouro verde” para as regiões secas. “Ela é resistente a esse clima rigoroso e pode ser usada para recuperar e manter a temperatura do solo, além de servir como cerca viva. Na alimentação de ovinos e bovinos, situações em que é altamente recomendável, essa leguminosa consegue reduzir em 70% o uso do farelo de soja, que representa elevado custo na ração animal.”
Nos estudos recentes com o milho, foram três anos de experimentos e foram conduzidos no campo da Embrapa Tabuleiros Costeiros, em Nossa Senhora da Glória, no Sergipe. Nesse período, a adubação com diferentes quantidades da biomassa de gliricídia (0, 25, 50, 75, 100%) foi testada em cultivos consorciados com o milho e comparada sob o efeito de diferentes níveis de nitrogênio (0, 50 e 100 kg N/ha). O resultado foi um salto da produtividade média de 1.250 kg/ha para 4.500kg/ha.
O pesquisador da Embrapa José Henrique de Albuquerque Rangel, comemorou os resultados. “O uso de um ou de outro tipo de adubação vai depender da capacidade de investimento do produtor”, conta o pesquisador que, mesmo fazendo um cálculo conservador, acredita que a inserção do nitrogênio químico compensa em virtude do retorno após a contabilização dos custos com ureia e mão de obra.
Fonte: AGROLINK