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A pior colheita na Europa em anos e o produto brasileiro barato devem elevar os embarques de milho em 26% para um nível recorde neste ano, segundo o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês). As importações já estão 72% acima do patamar observado há um ano, segundo dados da Comissão Europeia. A União Europeia deve se tornar o maior mercado importador pela primeira vez em quatro anos, segundo o USDA. A decisão da UE de reduzir quase pela metade a tarifa de importação de milho também pode incentivar as compras. “É impressionante ver a importação tão forte”, disse Marion Cassagnou, analista da consultoria agrícola Agritel em Paris. “A produção abaixo do previsto no Leste Europeu vai exigir que a UE importe mais milho nesta temporada.”
O clima desfavorável em países como Hungria, Eslovênia e Eslováquia deve reduzir a produtividade das lavouras em mais de 25% nesta temporada, diminuindo a produção total da UE para 58.5 milhões de toneladas, a menor em 5 anos, segundo estimativas da Comissão Europeia. Sendo assim, as importações devem aumentar para 16.6 milhões de toneladas, o maior volume desde que os dados começaram a ser apurados em 2000, segundo relatório divulgado no mês passado pelo IGC. O Brasil é o maior fornecedor, com participação ao redor de 58% até o dia 1º de novembro, segundo a Comissão Europeia. Essa parcela pode aumentar porque o milho brasileiro está barato em relação ao europeu, disse Cassagnou.
Os fazendeiros brasileiros são ajudados pelos problemas dos rivais na Ucrânia, que enfrentam atrasos na colheita e queda da produtividade. O IGC aumentou a estimativa para as exportações brasileiras em 3% para 33.3 milhões de toneladas no relatório mais recente. A produção mundial deve aumentar para 1.03 bilhão de toneladas neste ano, puxada pelos EUA, segundo o IGC, que ampliou sua estimativa em 0,50%. “Os resultados das colheitas não parecem tão bons quanto se esperava na Europa e Ucrânia e o Brasil tem muito para vender a preços atraentes”, disse Amy Reynolds, economista sênior do IGC em Londres. “Esperamos que continue no curto prazo a atual situação de mercado em que as importações brasileiras chegam aos montes.”
Fonte: BLOOMBERG