A proposta é que a isenção para a soja seja até o mês de fevereiro e, para o milho até junho do ano que vem; entenda
O Ministério da Agricultura deve pedir a isenção de tarifas para a soja e derivados até fevereiro de 2021 e, para o milho, as taxas zeradas devem acontecer até junho do ano que vem. Nos dois casos, não deve existir limite de cotas, segundo informações passadas por uma fonte do governo à equipe do Canal Rural.
O grupo responsável por definir as alterações tarifárias dentro do governo, o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) tinha uma reunião para 16h desta quarta. Como já havia sido noticiado pelo Canal Rural, nessa reunião estava em análise um pedido do Ministério da Agricultura para zerar a tarifas de importação da soja em farelo, grão e óleo.
Brasil já importou 3 vezes mais soja em 2020 do que em 2019
A reunião foi adiada para esta sexta-feira, 16. Agora, está em análise a possibilidade de mudança desse pedido feito pelo ministério. A ideia é que seja pedido a isenção da tarifa de importação para soja e derivados até fevereiro de 2021 e, do milho, até junho de 2021.
Em ambos os casos, não haveria cota, ou seja, volume máximo deste produto a ser importado perante o prazo estabelecido. Nesta quinta, às 14h, o Mapa deverá se reunir e avaliar qual proposta será levada ao Gecex.
Opinião
Para o comentarista Miguel Daoud, caso essa isenção se concretize, será uma boa decisão. “Quem diria que um dia a gente fosse importar soja e milho dos EUA? Apesar de achar que essa é a melhor decisão, ainda fico assustado em ver que o brasil terá que importar um produto que é campeão mundial de produção”, disse.
Segundo ele, vários fatores contribuíram para o Brasil chegar nesta situação. “Não é normal o Brasil importar esses produtos, mas temos uma moeda completamente fora do lugar e nossas exportações acabam ficando mais baratas e importar é caro. Vejo essa medida como desencargo de consciência por parte do governo. Vejo que o erro é o Brasil tentar fazer uma mudança de política econômica em um momento totalmente errado. Mas neste caso específico, temos que importar porque, sem isso, teremos uma alta inflacionária muito grande”, falou.
Canal Rural – 14/10/2020