Falta produto para atender a forte demanda do setor de carnes e exportações
O quadro de Oferta e demanda do milho nacional, divulgado na última semana pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), sinaliza a continuidade da alta dos preços do milho no Brasil. “Houve redução de 760,2 mil toneladas dos estoques finais projetados para a safra, colocando-os como os segundos mais baixos dos últimos sete anos”, indicam a Consultoria TF Agroeconômica.
Os analistas da TF já vêm alertando há dois meses – desde que previram em agosto a possibilidade de alta para mais de R$ 70,00 dos preços (que estavam a R$ 60,00 na época) –, aumenta o aperto da disponibilidade de milho no Brasil. “Tanto para atender a forte demanda do setor de carnes, como para atender as demandas de exportação, diante do dólar que continua alto. Não é suficiente para atender o mercado, o que eleva os preços com a finalidade de garantir a captação do seu abastecimento no período”, explicam.
Ainda faltam três meses para a primeira colheita de milho no Rio Grande do Sul e quatro meses para começar a colheita no Cerrado. “Neste período que falta é possível que os preços subam mais: eles atingiram nossas projeções, feitas para o final de outubro, já no dia 2, com 28 dias de antecedência, de modo que é perfeitamente possível que continuem avançando”, apontam os especialistas. Mas, há fatores contrários, ressalvam:
a) Os preços do milho paraguaio, que chegariam ao RS e a SC um pouco abaixo dos preços locais;
b) A pequena ou nenhuma lucratividade dos produtores de leite e de ovos, que vende na maior parte das vezes apenas no mercado interno e não se beneficiam das altas do dólar, como os produtores de carne, que exportam e podem acompanhar as altas dos preços da matéria-prima.
“Então nossas projeções são de que os preços continuem subindo, mas, com mais cuidado, podendo chegar a R$ 75,00/saca, com reservas”, conclui a equipe de analistas da Consultoria TF Agroeconômica.
AGROLINK – 12/10/2020