Boa demanda da exportação, tanto do grão, quanto das carnes, todos impulsionados pelo bom nível do dólar
Os preços do milho estão subindo acentuadamente nos últimos 17 dias úteis, como mostram os números oficiais do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP). Foi registrado aumento no mês de 11,1% nos preços do milho no mercado disponível, além de 10% nos futuros da B3, o que proporcionou um lucro extra no milho já chega a R$ 12,00/saca para quem segurou o cereal, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
Outro fator que contribui para a valorização do milho é a alta de 5,61% nos preços do farelo de soja – seu grande concorrente, nos últimos 30 dias. Houve ainda aumentos nos preços das carnes: 4,12% no frango, 8,78% no suíno e perspectiva de elevação de 5,72% na carne de boi, embora esteja em queda de 1,55% no momento – fatores que dão suporte aos preços do milho no mercado interno.
“A razão principal é a boa demanda da exportação, tanto do grão, quanto das carnes, todos impulsionados pelo bom nível do dólar que, se não está no seu ápice, tem mantido atrativos os preços oferecidos pelo mercado externo. Este movimento em direção ao exterior enxuga o mercado interno e mantém os preços elevados, impulsionando, por sua vez, a produção da próxima safra de verão, que se inicia agora”, comentam os analistas da T&F.
De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, após uma semana recheada de emoções no mercado doméstico – e internacional – da soja e milho, as cotações agrícolas encerraram a semana sob pouca volatilidade. “No Brasil o mercado continua sustentado pela desvalorização cambial, que parece ganhar bastante interesse especulativo, principalmente sobre sondagens que pairam sobre possíveis novos desligamentos no Ministério da Economia. Entretanto, nada além de boatos. A colheita do milho brasileiro atingiu os se aproximou dos 80% da área nacional, contra 88,2% em 2019 e 82,2% na média de 5 anos”, concluem os analistas.
AGROLINK – 17/08/2020