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Produtividade esperada para soja e milho são menores que 2016
Neste 21 de agosto, o tour Missão Mulheres do Agronegócio focou suas visitas no estado de Illinois, onde a irregularidade da safra 2017/18 tem sido uma marca bastante clara. Foi possível observar, inclusive, opiniões e expectativas distintas de produtores próximos em função, principalmente, das diferenças de volumes de chuvas registrados em um mesmo período. Um ponto comum entre eles, porém, tem sido a comercialização mais lenta do que o comum, tanto da soja quanto do milho este ano, em função dessas incertezas que a nova temporada ainda traz devido às irregularidades climáticas. 2017 tem sido um ano de desafios consideráveis para os produtores norte-americanos.
PRODUTIVIDADE
Sem chuvas ha 21 dias, Randy Single, produtor em Irving, região centro-sul de Illinois, espera colher no máximo 50 bushels de soja por acre em suas melhores áreas, contra a média de 70 bushels registrada no ano passado. O numero só poderá ser alcançado se as chuvas previstas começarem a se confirmar, já que nesse momento, além da falta de umidade, as temperaturas seguem muito altas. Os pés de soja na propriedade têm aproximadamente 44 vagens e esse e um número também menor do que o da safra anterior. “As lavouras de soja estão como ‘se encolhendo’ e esse é o sinal dessa seca.”, disse. Além disso, há muitas plantas onde é possível observar que muitas vagens foram abortadas em função da falta de umidade.
Para o milho, que teve sua área ligeiramente reduzida na propriedade de Single em função dos preços mais baixos, também sofreu com o padrão climático deste ano e deverá registrar uma produtividade de no máximo 160 bushels por acre, contra mais de 200 no ano passado. Além disso, por conta do excesso de chuvas no período do plantio, o produtor teve de replantar 400 acres de milho, os quais também não deverão ter todo seu potencial produtivo expressado nesta temporada.
A poucos quilômetros dali, em Filmore, também no centro-sul de Illinois, os números de Heather Hampton-Noodle são mais otimistas. “Tivemos um bom quadro climático durante o plantio e depois, não foram muitas chuvas, mas elas vieram nos períodos certos, apesar de pontuais”. Assim, a produtora espera uma produtividade na soja que poderia ficar entre 65 e 70 bushels por acre na soja e, pelo menos, 200 bushels por acre no milho. “Mas esperamos algumas chuvas ainda nas próximas semanas”, disse. Em sua propriedade, o replantio do milho também foi necessário. “Pois foi nesse período em que tivemos a maior parte das chuvas”. Os produtores norte-americanos dessa região também estão preocupados com as geadas que podem ocorrer em setembro, já que confirmados, esses eventos também poderiam tirar parte do potencial produtivo das lavouras, principalmente aquelas que foram plantadas mais tarde, o que também poderia ajudar a mudar a conclusão e o quadro final da safra americana.
CUSTOS X COMERCIALIZAÇÃO
Em ambas as propriedades, os produtores relataram um aumento dos custos de produção, ao passo em que veem as cotações caindo na Bolsa de Chicago, refletindo números que sejam, talvez, um pouco mais otimistas do que a realidade dos campos. Dessa forma, segue lenta a comercialização da soja e do milho nos Estados Unidos. Na propriedade de Heather Hampton-Noodle, 50% da safra 2017/18 de soja já foi comercializada e no caso do milho, um volume bem menor do que este. Brian Noodle, produtor rural e marido de Heather, disse que o patamar dos US$ 10,00 por bushel traria alguma tranquilidade para pensar em voltar ao mercado, porém, o ideal seriam cotações de volta a casa dos US$ 10,50 na CBOT. Com relação ao milho, em muitos casos, os preços estão abaixo dos custos de produção e tem limitado severamente as operações dos produtores americanos neste momento, já que esse e um ano de rendimentos inevitavelmente menores.
Fonte: Notícias Agrícolas