Especialista diz que produtos que não são transgênicos não devem ser tratados como tal
Em uma entrevista no portal IEG Vu, Secretária Geral da EuropaBio, Joanna Dupont-Inglis, exigiu uma mudança no sistema europeu de aprovação de organismos geneticamente modificados (OGM) e melhorados através de novas técnicas edição genética. Na entrevista, ele reconheceu sua rejeição à decisão do Tribunal de Justiça da União Européia (UE) que afirma que os organismos obtidos por mutagênese constituem um Organismos Geneticamente Modificados (OGM) e devem estar sujeitos às obrigações estabelecidas na Diretriz sobre OGMs.
A decisão equivale a todos os produtos geneticamente modificados com OGM, mesmo que nenhum material genético externo tenha sido inserido. A Dupont-Inglis recorda que o sistema de aprovação da UE para os OGM é tão lento e dispendioso que até as autorizações de importação representam um obstáculo intransponível para as instituições públicas. “Acreditamos que a Diretiva 2001/18 deva regular organismos transgênicos, isto é, organismos com material genético adicional. Entretanto, produtos que não são transgênicos, e que são comparáveis ou indistinguíveis daqueles produzidos por processos naturais e técnicas convencionais, não devem ser tratados como produtos transgênicos”, afirmam.
Além disso, Dupont-Inglis afirma que “todos os produtos classificados como OGMs têm pouca chance de obter acesso equitativo ao mercado europeu”. Sendo assim, a EuropaBio acredita firmemente que, para promover os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas de 2030, é necessário e adequado para o efeito, defender a abordagem científica para colher os benefícios de modernas tecnologias, como a biotecnologia.
Nesta linha, Dupont-Inglis destacou as potenciais aplicações promissoras que a edição genoma pode ter sobre o desenvolvimento de frutas e vegetais resistentes a pragas e doenças, produtos com menor potencial alergênico, cereais que usam a água de forma mais eficiente ou culturas com melhores rendimentos e capazes de reduzir o desperdício.
AGROLINK – 11/07/2019