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Especialista chama atenção sobre um certo “jogo de interesses”
Os recentes resultados de julgamentos que acabaram resultando em punições à Bayer e à Monsanto relacionados ao herbicida glifosato, um dos mais usados no mundo, acabaram levantando algumas manifestações sobre equilíbrio nos debates. Isso porque, segundo Kevin Killough, do portal powelltribune.com, alguns órgãos reguladores estão levando em conta argumentos dos advogados para proibir o princípio ativo, mas não estão ouvindo os cientistas.
“Embora toda essa pesquisa tenha sido revisada por especialistas, algumas pessoas são céticas porque a empresa financiou parte dela. Não deveria ser suspeito que uma empresa pagaria para testar seus próprios produtos, e enquanto os interesses financeiros valem a pena considerar ao pesar as evidências de segurança, esses interesses por si só não devem ser motivo para descartar montanhas de pesquisa independentemente verificadas. Da mesma forma, os interesses financeiros de grupos ativistas que se opõem ao uso do glifosato nunca recebem o mesmo escrutínio”, escreveu ele.
Nesse sentido, Killough afirma também que a mídia tem dado mais espaço para os ativistas do que para a própria empresa fabricante ou para os pesquisadores independentes. “O glifosato mata as ervas daninhas que sufocam as lavouras de produção e isso reduz os custos de mão-de-obra e aumenta os rendimentos. Como resultado, os alimentos produzidos com agricultura convencional costumam ser mais baratos que orgânicos. As empresas orgânicas que pressionam para restringir ou proibir o glifosato, portanto, se beneficiarão financeiramente de tais leis”, completa.
“Ao pesar as evidências neste debate, as pessoas não devem ignorar os interesses financeiros dos ativistas nessa luta. Isso não significa que sua posição possa ser descartada apenas com base nisso, do que a pesquisa financiada pela indústria deve ser descartada pelo mesmo motivo”, conclui.
AGROLINK -03/07/2019