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Endrigo Dalcin, presidente da Aprosoja Mato Grosso, conta que o estado enfrenta novamente o problema do milho a céu aberto nessa safra, embora algumas imagens referentes a safras anteriores estejam sendo divulgadas. A região Médio Norte tem mais de 50% da safra colhida e ainda há muita soja que não foi transportada ou vendida nos armazéns. Ele destaca que o mercado internacional não tem sido favorável para a venda dos produtores, embora o pico dos preços em Chicago tenham favorecido as vendas.
Há uma estimativa de 28 milhões de toneladas de milho para o Mato Grosso. Entretanto, com produtividades anotadas por volta de 100 sacas por hectare, o total pode chegar a 30 milhões de toneladas.
As imagens divulgadas que se referem à safra 2017/18 são do município de Ipiranga do Norte (MT). O problema pode chegar ainda a outras localidades. Embora o milho seja um cereal mais resistente, o desperdício ocorre quando ele é recolhido do chão.
Dalcin reforça que foi feita uma demanda por parte da Aprosoja-MT ao Plano Safra para que haja mais planos de crédito acessíveis para a armazenagem. Somada com a soja, a produção de grãos do estado chega a 61 milhões de toneladas neste ano, com uma capacidade de armazenamento de apenas 33,5 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Pedidos como a questão dos juros e a manutenção dos 15 anos do PCA foram atendidos- agora, a expectativa é que eles cheguem à ponta final.
Durante a colheita, os produtores têm que transportar a soja para cumprir contratos e fazer o escoamento. Com isso, os fretes sobem cada vez mais. Com armazém na fazenda, como salienta o presidente, a colheita poderia ser mais escalonada e trazer maior rentabilidade ao produtor.
Outro problema enfrentado está na burocracia e no excesso de garantias exigidas pelos bancos. Os produtores que possuiam projetos prontos acabaram desistindo no meio do caminho. A Aprosoja-MT também pretende acompanhar e conversar com agentes importantes para melhorar esses custos.
Depois da delação da JBS, ocorreram muitas vendas, mas a comercialização da soja no Mato Grosso ainda está em 78%, contra 90% do mesmo período no ano passado. O milho atingiu 60% das vendas, sem força no escoamento, mas beneficiado pelos leilões promovidos pelo Governo. A expectativa é que da metade de julho para a frente ocorram as exportações.
O estado também busca por outras alternativas, como o etanol de milho. A primeira usina de etanol puro foi construída em Lucas do Rio Verde (MT) e este é um modelo que pretende-se implementar no estado “com muita força”, sendo uma “boa solução para esse excesso de produção todo ano no Mato Grosso”, completa Dalcin.
Fonte: Notícias Agrícolas