O presidente da Aliança Internacional do Milho (MAIZALL) e diretor da Abramilho, Bernhard Kiep, está em uma missão estratégica na África do Sul e na Zâmbia para reforçar a importância da biotecnologia na agricultura. O objetivo é demonstrar como a inovação pode alavancar a produtividade e a rentabilidade dos produtores rurais, promovendo avanços significativos na segurança alimentar e no desenvolvimento econômico do país.
Na segunda-feira, 24, o presidente da MAIZALL participou de uma reunião com a Associação de Agricultores da África do Sul (Grains South Africa) e fez uma visita à Schoeman Boerdery (grande produtor e armazenador de grãos), em Delmas, pequena cidade agrícola de milho situada a leste de Joanesburgo, em Mpumalanga, África do Sul. O milho é um dos pilares da alimentação e da economia do país. O milho branco é consumido de forma ampla pela população, enquanto o milho amarelo é fundamental para a alimentação animal sendo destinado a aves, suínos e bovinos. Além disso, o país se destaca na capacidade avançada de armazenagem de grãos.

Apesar da África do Sul ser um país bastante alinhado com a tecnologia e autossuficiente na produção de milho, alguns países ao norte têm sido, em grande parte, cautelosos com a adoção da biotecnologia. Alguns países do continente temem depender de tecnologias estrangeiras e comprometer sua autonomia. Entretanto, o ganho de produtividade e de rentabilidade financeira ainda não está sendo considerado por esses produtores.
Na terça-feira, 25, o presidente da MAIZALL participou de uma reunião com a Associação de Fabricantes de Ração Animal (AFMA), e em seguida de uma reunião com a CropLife – África do Sul. Bernhard Kiep também teve um encontro com a Associação Sul-Africana de Comerciantes de Cereais e Oleaginosas (SACOTA) e com o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Na quarta-feira, 26, Bernhard Kiep participou de uma reunião com a Associação Nacional de Sementes da África (SANSOR) e em seguida visitou a Fazenda Rossgro. Ao longo das visitas realizadas pela MAIZALL, um dos principais tópicos abordados foi a necessidade de ampliar a aceitação da biotecnologia do milho nos demais países africanos. A MAIZALL tem mostrado dados verídicos e concretos sobre os benefícios econômicos da biotecnologia. Isso porque o milho geneticamente modificado se destaca por ser resistente a pragas e por ter um alto rendimento, sendo classificado como uma alternativa viável para garantir segurança alimentar e otimizar o uso dos recursos naturais.

Missão na Zâmbia
Além da África do Sul, Bernhard Kiep também esteve na Zâmbia, onde participou de reuniões e workshops para debater o aprimoramento da produção agrícola no país. Durante uma mesa redonda realizada no Protea Hotel, no dia 27 de março, foram discutidos temas como o quadro regulatório de biossegurança do país, biotecnologia e as vantagens dos organismos geneticamente modificados (OGM).

Entre os participantes estava o Dr. Lackson Tonga, CEO da Autoridade Nacional de Biossegurança (NBA), além de membros da NBA como Chrissy Sims, Diretora Adjunta, Sandra Lombe e Chikwanda Chirwa. Também estiveram presentes acadêmicos da Universidade da Zâmbia e da Universidade Mulungushi, além de representantes do Instituto de Certificação e Controle de Sementes e do Instituto de Pesquisa Agrícola da Zâmbia.

Durante a reunião, Bernhard Kiep apresentou os benefícios da biotecnologia na produção de milho, trazendo um panorama aprofundado sobre a produção do grão no Brasil, Argentina e Estados Unidos. Durante a apresentação, o presidente da MAIZALL afirmou que o principal motivo da visita era compartilhar um modelo de transformação agrícola que pode auxiliar os agricultores locais a se tornarem mais independentes e expandir os lucros. “Nossa verdadeira motivação, aquilo que realmente nos impulsiona, é mostrar que, se você quer ajudar seu país e seus agricultores a saírem da dependência e começarem a lucrar de verdade, vale a pena conhecer a revolução que vivemos.”

A Zâmbia enfrenta desafios significativos na produção de milho. Apesar de já ter aprovado 21 cultivares para importação. Atualmente, a produtividade do país gira em torno de apenas 2 toneladas por hectare, um índice muito abaixo do potencial. A grande demanda pelo milho branco também foi debatida, com especialistas como Raiko, da US Grains, ressaltando os benefícios do milho amarelo, que é mais nutritivo, contém a presença de vitamina A, e pode aprimorar a segurança alimentar no país, fator considerado crucial para o país.
Com um enorme potencial agrícola e mais de 2 milhões de hectares aptos para o cultivo de milho, a Zâmbia recebe mais de 1.100 mm de precipitação por estações chuvosas. No entanto, sem uma modernização das práticas agrícolas e uma maior integração entre os setores público e privado, o crescimento sustentável do setor continua sendo um desafio.
A expectativa é que novas reuniões e a colaboração contínua com o governo e entidades privadas ajudem a impulsionar a produção agrícola do país. A visita da MAIZALL à África do Sul e à Zâmbia reforça o compromisso da entidade em promover soluções inovadoras para a agricultura global. Ao ampliar o diálogo sobre biotecnologia, a missão abre caminhos para uma produção mais eficiente, sustentável e rentável, beneficiando não apenas os produtores africanos, mas fortalecendo o mercado internacional do milho.