Decisão exige uma avaliação cuidadosa
Produtores de leite no Rio Grande do Sul estão diante de um difícil impasse na gestão de suas propriedades: decidir entre manter as pastagens de inverno ou iniciar o plantio de milho. As chuvas, que atrasaram o desenvolvimento das pastagens, estão forçando muitos agricultores a dessecá-las em setembro para dar lugar ao milho. No entanto, a previsão de uma possível seca severa nos próximos meses está causando hesitação entre os produtores, que temem prejuízos.
Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), explica que essa decisão exige uma avaliação cuidadosa. Segundo ele, alguns agricultores, que obtiveram boas pastagens de azevém após um ano de condições climáticas desafiadoras, optam por fazer mais cortes dessas pastagens para uso como feno ou pré-secado. “O produtor já investiu na semente, e agora quer aproveitar ao máximo o retorno desse investimento”, destaca Tang.
Contudo, a dúvida persiste sobre qual estratégia é mais vantajosa. Com o milho já sendo plantado por alguns, surge a questão: deve-se priorizar o milho agora ou aproveitar as pastagens por mais tempo?. Tang sugere uma abordagem balanceada: plantar milho em parte das terras enquanto mantém as pastagens em outras, diversificando a produção para minimizar os riscos de uma possível seca.
A análise, de acordo com Tang, deve levar em consideração a realidade de cada propriedade. O estoque de silagem e feno, a qualidade das pastagens e o impacto financeiro de adiar o plantio do milho são fatores essenciais a serem considerados. “Cada propriedade deve encontrar a melhor solução com base em suas próprias necessidades e nas previsões climáticas”, finaliza Tang.
Aline Merladete
Agrolink – 17/09/2024