Demanda fraca e alta produção global pressionam preços do milho no Brasil
Segundo a análise do Grão Direto, na última semana, a safra de milho norte-americana continuou a ser o centro das atenções, mantendo expectativas elevadas graças às boas condições climáticas. Esse otimismo tem pressionado os preços do grão no mercado global. Nos Estados Unidos, as exportações de milho registraram quedas, enquanto no Brasil o cenário foi de redução nos embarques, seguindo uma tendência contrária à dos americanos. Além disso, uma greve dos trabalhadores ferroviários no Canadá surgiu como uma nova ameaça à cadeia de suprimentos dos Estados Unidos. A paralisação foi classificada por grupos empresariais como um evento de grave impacto potencial para a economia canadense.
O mercado de milho no Brasil enfrenta um cenário desafiador, com a demanda internacional praticamente estagnada, resultando em uma redução da área cultivada. Apesar de ainda haver uma quantidade significativa de cereal disponível no mercado, a falta de demanda tem pressionado os preços para baixo. Nesse contexto, o sorgo tem se destacado, sendo negociado apenas R$4,50 a menos por saca do que o milho em algumas regiões do Triângulo Mineiro, conquistando espaço entre os produtores, conforme o Grão Direto.
De acordo com a análise, no cenário global, as exportações brasileiras de milho para a China, que começaram em 2022, também estão em baixa. A China, que acaba de concluir uma safra robusta de 292 milhões de toneladas e se prepara para outra colheita cheia, tem mostrado uma necessidade mínima de importação. Antes da guerra na Ucrânia, o país europeu era o principal fornecedor de milho para a China. Contudo, o conflito mudou essa dinâmica, permitindo que outros fornecedores, como o Brasil, ganhassem espaço. Mesmo assim, as expectativas para o mercado de milho nas próximas semanas apontam para uma tendência de baixa.
Apesar de uma redução na estimativa de safra em aproximadamente 4 milhões de toneladas, o milho pode iniciar esta semana com preços em queda, influenciado pela abundância da commodity e pela competitividade com outras culturas, como a soja e o trigo.
Seane Lennon
Agrolink – 26/08/2024