O diretor da Abramilho e presidente da Aliança Internacional do Milho (Maizall), Bernhard L. Kiep, continua sua missão na Ásia. Nesta semana, Kiep esteve na Malásia e em Singapura para debater com as autoridades locais sobre inovações em biotecnologia e do agro brasileiro.
Nas diversas agendas, o diretor da Abramilho se reuniu com três grupos governamentais na Malásia com opiniões divergentes, variando entre receptividade, neutralidade e questionamentos sobre edição genética.
Durante a visita ao porto de Westports, o maior da Malásia e principal ponto de importação de milho, Kiep observou como é feito o armazenamento do grão no país. Na Malásia, o milho é entregue “just on time” para produtores de frango, porco e leite, uma vez que não há silos para armazenamento devido ao excesso de umidade e às altas temperaturas.
A Malásia também importa cerca de 4 milhões de toneladas de milho anualmente, majoritariamente da Argentina e Brasil, com os Estados Unidos perdendo participação de mercado. É um mercado competitivo, orientado pelo preço, onde os reguladores locais começam a questionar os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados). ”Por isso, as missões da Maizall são importantes e mantêm o comércio fluindo”, explica o diretor.
Já em Singapura, Kiep destacou a abertura do país à biotecnologia, em contraste com a seus vizinhos. Isso porque Singapura, que atualmente produz entre 7% a 8% dos alimentos consumidos, busca produzir 30% de seus alimentos até 2030.
“Essa é uma missão muito ambiciosa. Nossas conversas no país foram bem positivas em relação à biotecnologia e focaram na regulamentação da edição genômica e OGMs. Foram diálogos muito técnicos e que deixaram claro que Singapura também conta com o apoio do Brasil na hora de levar para frente questões importantes para a agricultura local. Com isso, vimos que o país é um dos pontos de entrada para o leste asiático”, relatou Kiep.
A diretoria da Abramilho participou ainda de reuniões com membros da embaixada brasileira que, de acordo com Kiep, foram proativos e colaborativos. “Para nós envolvidos diretamente neste trabalho, é cansativo, mas muito recompensador ajudar a equipe brasileira do Itamaraty e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a abrir novos mercados e levar dados técnicos na hora de conversar com esses países”, disse Kiep.
Durante a missão aos países, Kiep esteve reunido com dezenas de representantes e observou que ainda há um desconhecimento significativo sobre a produção e os benefícios da biotecnologia utilizadas no Brasil, tanto nos aspectos ambientais, quanto sociais. “Precisamos fazer um trabalho de formiguinha para informar sobre a sustentabilidade do nosso agro, sobre os benefícios que temos em nossas propriedades e tudo o que trazemos para preservar a natureza e ajudar nossas comunidades”.
No roteiro dos países e agendas, o diretor da Abramilho esteve também na Coreia do Sul, com intuito de aproximar as autoridades locais das inovações em biotecnologia. “Sem dúvida, um dos grandes objetivos enquanto presidente da Maizall é fazer com que a Aliança Internacional do Milho, as embaixadas dos países asiáticos que visitamos, a CropLife Asia e a U.S. Grains Council consigam trabalhar em conjunto para levar informações técnicas de qualidade para esses órgãos reguladores”, concluiu o diretor da Abramilho.
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