A Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) realizou, em parceria com o Canal Rural, a Abertura Nacional da Colheita do Milho Segunda Safra, em Nova Mutum, Mato Grosso, nesta sexta-feira (21). O evento é parte do projeto Mais Milho, que visa promover a cultura do milho no Brasil, incentivando práticas agrícolas avançadas e sustentáveis.
O diretor da Abramilho, Glauber Silveira, mediador dos painéis do evento, explica que o projeto Mais Milho desempenha um papel fundamental na vida dos agricultores. “A abertura da colheita é um momento crucial para falarmos sobre produtividade, celebrar o esforço dos produtores e debater os desafios da safra”.
Durante o painel “Agricultores Referências em Produtividade”, Paulo Bertolini, presidente da Abramilho, destacou a importância da correção do solo como base para uma agricultura produtiva. “A correção do solo é o básico, é o arroz com feijão. Com uma boa correção do solo, utilizando calcário dolomítico, estabelecemos a base de tudo”. Ele enfatizou que a prática é acessível e fundamental para os agricultores.
Outro ponto abordado pelo presidente foi a importância da armazenagem adequada. “O produtor deve ver a armazenagem como parte integral do negócio. Isso oferece fôlego e abre novas possibilidades de mercado”. Bertolini explicou que uma boa estrutura de armazenagem possibilita ao produtor fechar contratos de longo prazo, preservando a qualidade do produto do campo até o consumidor final.
Bertolini ainda ressaltou a rotação de culturas e o investimento em matéria orgânica no solo como estratégias para manter a produtividade e a sustentabilidade. “Para nós, o milho não é uma segunda opção, mas uma prioridade. Praticamos 100% de rotação de cultura, incorporando muita matéria orgânica ao solo e garantindo contratos de venda antes mesmo do plantio.”
Planejamento e desafios da cadeia também foram destaques
O agricultor Cristian Dalben, presente no encontro, é referência em produtividade máxima de milho e chama a atenção para o uso de nitrogênio em suas plantações para alcançar números maiores na hora da colheita. “Nos últimos anos, estamos colocando mais nitrogênio, até 160 pontos em duas ou três aplicações na cultura. O nitrogênio é muito importante e não deve ser deixado de lado”, lembrou Dalben.
O produtor Sinar Beber, chama atenção para a importância do planejamento e de seguir um passo a passo para o sucesso do plantio. “Você tem que fazer calagem, tem que ter uma ótima semente, também é preciso posicionar as variedades dentro da fazenda para alcançar o potencial estimado em produtividade. É preciso fazer ainda as aplicações de fungicidas e inseticidas”. Além disso, Beber ressalta a importância de fazer monitoramento e análise do solo e da cultura.
O vice-presidente da Aprosoja-MT, Lucas Pedro Bier, aponta para os desafios da cadeia, com destaque para o preço do milho, que segundo ele, não remunera o produtor. “Uma das fraquezas do setor é a logística, principalmente a logística mato-grossense. É inadmissível transportar por via rodoviária distâncias continentais. Isso diminui a competitividade do milho de Mato Grosso”.
Durante a colheita, o vice-presidente da Abramilho, Zilto Donadello, chamou atenção para a importância da segunda safra do grão. “Ela ajuda o produtor na rentabilidade, paga as contas, equilibra o caixa, mantém a propriedade rodando, gerando emprego e renda”.
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