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O Congresso Abramilho 2024, realizado no dia 08 de maio, em Brasília, reuniu autoridades e especialistas para discutirem as perspectivas e os principais desafios da produção de milho e do sorgo no Brasil. O evento contou com a participação de diversos representantes do setor, que debateram a cadeia produtiva em 5 painéis temáticos ao longo do dia.
O evento teve início com as boas-vindas de Glauber Silveira, diretor executivo da Abramilho, e Silvia Massruhá, presidente da Embrapa. O diretor executivo abriu o evento explicando a força e a importância do milho para os mercados nacional e internacional.
“Nenhum país é forte ou rico se não planta milho, afinal é o grão mais plantado no mundo com mais de um bilhão de toneladas. Por isso vemos o potencial do Brasil, inclusive de atingir a produção de meio bilhão de tonelada para o próximo ano”, enfatizou Silveira.
A presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silva Massruhá destacou, durante as boas-vindas do Congresso, as pesquisas para o desenvolvimento de tecnologias capazes de mitigar as mudanças climáticas e seus danos. “Desenvolver essas tecnologias é a nossa prioridade para os próximos anos, tendo em vista a diminuição de tempo entre um evento climático e outro”.
No primeiro período, o evento contou com a palestra do professor e escritor Xico Graziano, como foco no panorama atual do agro, as dificuldades dos produtores, o acesso a crédito, disponibilidade de seguro, armazenagem e o que esperar para o futuro.
Painel de Abertura
Em seguida, foi a vez do Painel de Abertura “Como o Agro irá superar os 3 próximos anos”, mediado pela editora-chefe do Agro Estadão, Letícia Luvison, e que contou com a presença de Paulo Bertolini, Presidente Abramilho, Neri Geller, Secretário de Política Agrícola do MAPA), Senador Zequinha Marinho, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Senador Irineu Orth e o coordenador do agro do Sistema OCB, João Prieto.
O painel teve como foco o debate do desenvolvimento e do crédito para o agronegócio sob a perspectiva das autoridades presentes. O presidente da Abramilho destacou que o setor é essencial para o país e deve ter seu devido reconhecimento. “O agricultor precisa ser percebido como parte de uma cadeia virtuosa de geração de empregos e segurança alimentar, por isso o crédito precisa ser visto como investimento “, explicou Bertolini.
O Secretário de Política Agrícola do MAPA, Neri Geller trouxe dados animadores quando observado o retrospecto do cultivo de milho “Nos últimos 10 anos, passamos de 18 milhões de toneladas de produção e fomos para 51 milhões, e um investimento de mais de R$ 41 bilhões em usinas de etanol apenas no Mato Grosso”.
Painel Internacional
Seguindo a programação, foi a vez do Painel Internacional “Oportunidades para o milho brasileiro”, que tratou sobre o cenário internacional de cultivo e de exportação do grão em face das novas normas da União Europeia. O painel foi mediado pelo jornalista e apresentador Luiz Patroni, e contou com a presença do diretor da Abramilho, Bernhard Kiep; o presidente da CropLife, Eduardo Leão; o diretor de relações internacionais da Abrapa, Marcelo Duarte; o adido agrícola da África, José Guilherme; os adidos agrícolas da China, Jean Gouhie e Leonardo Feijó; o adido agrícola da União Europeia, Glauco Bertoldo, e o mediador do painel.
De acordo com os participantes, estabelecer uma presença forte nos demais países é importante para que o Brasil se perpetue como forte exportador do milho. “Precisamos mudar a nossa forma de atuar internacionalmente de maneira a estar na mesa da população mundial e mostrar que não necessariamente precisamos adotar medidas como a União Europeia vêm exigindo”, explicou o adido da China Leonardo Feijó.
Momento Abramilho
Antes do fim do primeiro período do evento, houve o rito de assinatura do termo de posse do novo presidente, assim, a Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho) realizou a transição de sua presidência. Agora, Paulo Antonio Pusch Bertolini, assumirá o cargo pelo próximo triênio.
Durante a solenidade, a diretoria da Associação homenageou o ex-ministro e ex-presidente executivo da Abramilho, Alysson Paolinelli.
Painel Segurança Alimentar
O segundo período do evento teve início com o Painel de Segurança Alimentar “equilíbrio entre mercado interno e externo”, que foi mediado pelo jornalista do agronegócio Rafael Walendorff, e contou com a presença do Diretor da Abramilho, Zilto Donadello, do analista da Safras e Mercado, Paulo Molinari, do Presidente Cargill, Paulo Sousa, do representante do Grupo de Trabalho do milho na ABPA, Arene Trevisan e do presidente da UNEM, Guilherme Nolasco.
O painel teve sua abertura por Paulo Molinari, que apresentou um panorama atualizado sobre o mercado e apontou uma particular preocupação, em relação ao milho e a soja, para o mês de agosto e, possivelmente, para os meses seguintes.
“Há uma particular preocupação com o mês de agosto, pois haverá um verão mais quente que o padrão na América do Norte, e o milho estará maturando, porém a soja estará florescendo. Se houver alguma variável para a alta de preço, estará focada no verão americano”, destacou Molinari.
As mudanças na legislação da União Europeia também foram palco do debate no painel. O diretor da Abramilho, Zilto Donatello explicou que “Nós produzimos milho com sustentabilidade, rastreabilidade e respeito à lei ambiental brasileira, mas quando esse milho vai para a China e Europa não são aplicados os mesmos critérios das exportações de outros países, tornando uma competição desleal”.
Painel Tecnológico
Em seguida, teve início o Painel Tecnológico: “legislações e acordos nacionais e internacionais para o crescimento do milho brasileiro”, que discutiu legislações e acordos nacionais e internacionais para o crescimento da produção de milho brasileiro. O painel contou com a mediação do Cassiano Machado, jornalista, editor-executivo do Valor Econômico e head da Globo Rural e com a participação do diretor substituto do departamento de sanidade vegetal do MAPA, Henrique Bley, do sócio-diretor da Agroicone, Rodrigo Lima; do vice-presidente de Ciências Regulatórias da Bayer América Latina, Geraldo Berger; do gerente de Relações Governamentais e Institucionais para sementes e biotecnologia da Corteva, Pedro Palatinik; do diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Syngenta, Felipe Teixeira.
O sócio-diretor da Agroicone, Rodrigo Lima, afirmou as dificuldades para se regular com paridade no âmbito internacional, uma vez que cada país tem um foco distinto sobre o tema. “Não existe harmonização regulatória na edição genética. Diferentes enfoques acabam por gerar barreiras e custos, devido às incertezas”.
Painel Desafios e Oportunidades
O último painel do evento contou com a presença de especialistas como o pesquisador Mauro Ozaki do CEPEA; Maria Marta da Embrapa Milho e Sorgo; e do vice-presidente da APROSOJA-MS e diretor da Abramilho, André Dobashi, e foi mediado pelo jornalista da folha de São Paulo Mauro Zafalon. Foram debatidos temas como custo de produção, margem de lucro, entraves para o crédito, armazenagem e seguro rural. O debate destacou as dificuldades enfrentadas pelos produtores nesta safra, com intempéries climáticas, exportações, queda nos preços e custos de produção elevados, levando a uma análise detalhada das perspectivas para a próxima safra.
O pesquisador Mauro Ozaki abriu o painel com um panorama do Brasil em relação aos demais concorrentes diretos do agronegócio, com a perspectiva para os anos de 2024 e 2025. Ozaki destacou a média do custo operacional do cultivo da soja, mostrando que o Brasil lidera com uma média de 29 sacas por hectare, enquanto os países vizinhos ficam em aproximadamente 21. Para o milho, esse número chega a 68 sacas para cobrir o custo operacional efetivo.
André Dobashi corroborou trazendo dados da última safra. “Conseguimos reduzir os custos operacionais em até 17%, todavia, o preço também retrocedeu muito mais, então esse é o nosso desafio, uma escalada nos custos e redução nos preços”.
Sobre a possibilidade do aumento das metas de produção e exportação, o vice-presidente da APROSOJA-MS e diretor da Abramilho pontua que uma forma de combater a insegurança alimentar é o investimento na capacidade de estoque dos produtos. “Do ponto de vista do agricultor, antes de se expandir a área de produção, ele precisa escoar esse produto para que ele não fique refém de preço, como dos portos”.
Confira o Congresso na Integra
O Congresso é uma realização da Abramilho e conta com o patrocínio da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja -MT), Bayer, Corteva, Fundo Mato-Grossense de Apoio a Cultura da Semente (Fase-MT) e Syngenta. Já o apoio é da BASF, CropLife, Ouro Fino, Pivot Bio, Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB) e União Nacional do Etanol de Milho (Unem). Vale reforçar que o Congresso Abramilho 2024 foi um espaço de discussão e articulação estratégica para o desenvolvimento do milho e do agronegócio brasileiro, reunindo autoridades, especialistas e demais interessados em busca de soluções para os desafios do setor.